13 de Dezembro de 2003
Para finalizar sobre este assunto das torres. Quanto à beleza do projecto, pela única maquete que vi, pareceu-me interessante. Mas é claro que esse assunto é sempre discutível. Quanto aos restantes pormenores do empreendimento, pouco sei, mas sinceramente, para já, eram-me practicamente indiferentes.
A questão das torres, para mim, põe-se mais como um problema de alturas. Não é que os portugueses tenham vertigens, não. Têm é simplesmente vista curta. Assim, claro, não faz sentido construir prédios altos. Lá em cima só poderiam habitar estrangeiros, pois do alto do 45º andar, os tugas só conseguiriam ver até ao 37º. Não faz sentido.
As torres são o símbolo de tudo o que é arrojado, novo e ambicioso, mas sem serem utópicas ou ostensivas. Tudo aquilo que os portugueses já não têm vontade, paciência e sobretudo coragem para fazer – desde a arquitectura, à cultura, passando pela ciência, pela solidariedade social, pela justiça.
Demos Graças por há uns 450 anos ter havido alguém com tomates, que no fundo é o que conta, é ter tomates.