13 de dezembro de 2003

Para finalizar sobre este assunto das torres. Quanto à beleza do projecto, pela única maquete que vi, pareceu-me interessante. Mas é claro que esse assunto é sempre discutível. Quanto aos restantes pormenores do empreendimento, pouco sei, mas sinceramente, para já, eram-me practicamente indiferentes.
A questão das torres, para mim, põe-se mais como um problema de alturas. Não é que os portugueses tenham vertigens, não. Têm é simplesmente vista curta. Assim, claro, não faz sentido construir prédios altos. Lá em cima só poderiam habitar estrangeiros, pois do alto do 45º andar, os tugas só conseguiriam ver até ao 37º. Não faz sentido.
As torres são o símbolo de tudo o que é arrojado, novo e ambicioso, mas sem serem utópicas ou ostensivas. Tudo aquilo que os portugueses já não têm vontade, paciência e sobretudo coragem para fazer – desde a arquitectura, à cultura, passando pela ciência, pela solidariedade social, pela justiça.
Demos Graças por há uns 450 anos ter havido alguém com tomates, que no fundo é o que conta, é ter tomates.

13 de dezembro de 2003

8 pensamentos em “as torres outra vez

  1. Hmmm… Não tem assim tanto a ver com as torres mas sim com a atitude. Porque é que passamos a vida num autentico “bashing” a nós próprios? É que já mete impressão o “lá fora é que é bom”….
    Se é assim tão bom…. Bazem! Sério! Vão pra “onde é bom”. Já farta esta treta do “coitadinho”.
    Isto não é nada contra ti scheeko! Mas estas coisas já fartam! Não se vê povo igual na atitude! Isso sim não ajuda à confiança! NADA!….
    Enfim… desculpem-me a raiva. Mas tinha que ser. Como disse e repito: “já farta!”
    Ricardo

  2. É que nem o “lá fora é que é bom”…. senão podiam fazer umas torrezitas! =)

  3. João says:

    Mas essa recusa de fazer como lá fora não terá neste caso um significado como “nós não vamos fazer assim porque somos bons no que temos (ou não temos, neste caso arranha-céus junto ao Tejo)”.
    Eu não concordo nada com as torres na zona ribeirinha.

  4. Não é que queira dizer mal dos meus caros leitores, nem ser arrogante, mas… vocês estão errados. E não se trata de ser igual ou diferente de lá de fora…
    bem, pode ser que o tempo me dê razão. ou então não.

  5. Mc says:

    Muitas são as cidades com colinas e centros históricos que tem várias torres perto de frentes ribeirinhas. Ao fazer torres, Lisboa não está a imitar o estrangeiro, está somente a seguir uma linguagem de uma época com a marca de um bom arquitecto português. Podem haver críticas às torres claro que sim, mas os tabus contra a construção em altura denotam uma falta de conhecimento do panorama mundial. Por outro lado Lisboa não pode viver só do que foi, isto é, do passado. São precisos ícones dos tempos modernos. Os grandes monumentos que todos nós louvamos são na verdade objectos que quebraram com a escala das cidades e eram megalómanos no seu tempo. Alcântara é uma zona lastimável hoje em dia, talvez este projecto fosse o princípio de uma nova alcântara, ou de uma nova lisboa. A modernidade tem ir a outras zonas da cidade, não podemos viver só do parque das nações, senão aquilo torna-se um gueto do futuro (eu diria do presente), isto é, durante a semana vivemos no antigo e no passado, e ao fim de semana vamos ao parque de diversões do futuro ver arquitectura moderna, edifícios altos, espaços públicos organizados, etc.

  6. João Silva says:

    És mesmo MC? Mexes em pratos é?! hehehe
    Bom post. Gostei muito, e concordo com o que dizes… E desculpem-me os outros, mas finalmente que aparece alguem sem palas nos olhos! Se estou a ser arrogante, desculpem outra vez! 😉
    Como disseste, e bem, se calhar é por isso, por continuarmos a viver do passado, do que fomos, que estamos como estamos… Se calhar é altura de parar de olhar para trás e se não formos capazes de olhar para o futuro, que se olhe PELO MENOS para o presente… que nem isso conseguimos!

  7. João Silva says:

    Epá… a primeira frase foi mesmo triste! Esqueçam lá isso… Caguem no MC! Cya…

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