20 de janeiro de 2005

Saíu um novo jornal de distribuição gratuita chamado “Metro”. Um dos seus slogans é a informação não tem preço. Verdade? Não. Claro que não. A boa informação, a informação verdadeiramente útil é muito cara.
Nos últimos tempos temos assistido a um crescer dos supostos meios de informação gratuitos. Primeiro (já há alguns anos) começou com a distribuição do Jornal da Região e mais tarde da Dica da Semana, que embora sejam diferentes um do outro, assumem um claro papel de publicidade não endereçada, com muitos anúncios. Mais recentemente temos visto um aumento deste tipo de jornais sobretudo junto aos meios de transporte (comboios e metros), como o Destak e este Metro, assim como os projectores com programação televisiva que inundam as estações de metro, cortesia da Media Capital.
Ora, estes últimos já têm pretensão, pelo menos visual, de se apresentarem como meios de comunicação mais sérios, sendo que o conteúdo não o é. A meu ver são meios que poderão a curto prazo alcançar um certo poder; veja-se que o Destak passou a diário. Será perigoso? Eu acho que sim.

20 de janeiro de 2005

2 pensamentos em “Priceless

  1. Elsa Abreu says:

    Claro, pode ser perigoso, tal como todos os meios de comunicação. Mas a ideia é esses meios sejam usados de forma a que o poder que detêm seja bem aproveitado.
    É óbvio que esses jornais foram criados em grande parte com objectivos publicitários, como reacção aos autocolantes amarelos dos Correios. Mas têm o mérito de poder vir a criar um hábito de leitura em quem não compra jornais por falta de paciência, tempo ou o que for. E se – “se” – transmitirem uma informação com um mínimo de qualidade podem vir a fazer uma diferença, para melhor.
    Quanto aos projectores do metro, confesso que nunca percebi como é que se pode pretender informar uma pessoa durante os 2 minutos que ela passa na plataforma. Se quiserem dar anúncios, porque não? já existiam painéis publicitários nas paredes, estão no seu direito (ou talvez não, mas aí a discussão é outra). Mas os pseudo-telejornais são perfeitamente ridículos.

  2. Na Áustria, já tinha visto este tipo de projectores, mas eram menos publicitários, com muito mais informação útil (exposições, etc), os noticiários, pareceram-me mais úteis (talvez seja só impressão) e quando a composição chegava dizia: “vamos parar a emissão. prepare-se que o seu comboio está a chegar”.

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