7 de julho de 2003
Há alturas em que nos dedicamos ao pensamento de questões mais
melindrosas. Questões filosóficas, problemas da vida, nossa e
do mundo, cujo pensar pode ser útil para toda a sociedade. Quando me
dedico a esse tipo de pensamento, dou comigo a questionar-me quantas pessoas
estarão neste momento a pensar sobre estes assuntos. Porque serei eu
original? E quantas pessoas em tempos passados terão pensado nestes mesmos
problemas, com as óbvias implicações de enquadramento socio-cultural?
Será que valerá a pena? Será que eu farei a diferença.
Provavelmente não. A estatísitica diz-nos que não. Mas
é isso que nos torna humanos e não formigas. Não somos
seres completamente sociais e o nosso processo de auto-construção
é muito importante. O tempo que cada um gasta neste tipo de pensamento
varia muito de pessoa para pessoa, mas o que é relevante é que
todos nós precisamos de nos confrontar com problemas maiores que nós
e muitas vezes incomportáveis. Ainda bem, pense-se. Mas lembremo-nos
que sem trabalho, não há boa ideia que dê frutos.