8 de julho de 2003
Descobri o site www.bookcrossers.com. Trata-se de um local onde as pessoas se inscrevem e depois registam os seus livros. A cada um desses livros é dado um código de identificação – BCID – e depois é-nos proposto o seguinte desafio: cole uma etiqueta no livre a dizer que é um livro viajante, que pretende deambular de mão e mão e que cada novo dono deverá ir ao site, introduzir o número de registo do livro e, caso queira, fazer comentários ao que leu. Depois só se pede que o deixe esquecido algures, para que possa seguir o seu caminho.
Penso que é uma ideia bestial. Não que considere que é desta forma que se vai resolver os problemas culturais do mundo, até porque geralmente quem tem a mente aberta a este tipo de actividades é já uma pessoa predisposta para a cultura. Mas há certos aspectos interessantes: em primeiro lugar, algo deste tipo e com esta envergadura só poderia ser feito com a internet de hoje, e se há muitos que apregoam o fim do papel como suporte de ideias e escritos, penso que esta mistura livros/novas técnologias só será benéfica para esta relação que não se quer dicotómica. Acho também que este tipo de relação livro-pessoa-livro é bastante íntima e sedutora e pode criar laços de cumplicidade não só entre pessoas, como também com os próprios livros. É bom para a leitura, dos que já gostam de ler e dos que podem, por um acaso desde há muito ocultado pela sociedade moderna, passar a gostar de ler.
Eu já estou a preparar a pequenina, mas belíssima peça de teatro de Alessandro Baricco, Novecentos, para ser largada por Lisboa.
Essa é uma daquelas ideias que é muito boa à partida e que tem tudo para dar certo, mas que os humanos com as suas mentalidades animalescas deita tudo a perder…
Enfim, estou à espera de resultados…
Eu também! Vamos ver no que isto dá…