8 de março de 2004
É cool ter um blog? Para que o tenho? Para que serve?
É mera manifestação narcisística da auto-proclamada capacidade de escrita?
Não acho. A mim serve-me por dois motivos. Um, óbvio, é o gosto pela escrita; o blog dá-me a possibilidade de ter um formato fixo que considero interessante e bastante útil face a experiências anteriores. Outro é a natural expansão do gosto por design de sites e outras aplicações informáticas. Sim, possivelmente agora faria-o de outra maneira, mas gosto dele como está e não tenho tempo suficiente para o mudar.
É claro que depois há a parte da publicação…
Um blog é algo que nunca ninguém teve a possibilidade de ter antes do advento da internet. É a possibilidade de sermos editores de nós próprios, de divulgarmos aquilo que queremos. Isso é toda a vantagem da internet. É claro que também é a fonte das suas desvantagens…
A internet pode ser extremamente benéfica, mas a verdade é que na sua maioria é mal utilizada. O conteúdo, como quase todos sabem, é em grande parte puro lixo. A falta de controlo pode degenerar nisso. Mas também existem questões de utilizações de recursos: a internet é mal utilizada, ou pouco explorada na sua capacidade máxima pela grande maioria dos internautas. Note-se o declínio dos serviços online (declínio não quer dizer desaparecimento!) – o boom inicial e eufórico não teve grande base de sustentação. Mas regressando às potencialidades, cada vez menos as pessoas estão dispostas a aprender o pouco que seja para terem uma visão minimamente coerente dos recursos e possibilidades. E isso pode-se revelar contraproducente: fornecer recursos a quem não os sabe utilizar ou utiliza mal é perigoso. Não só pelo facto de poderem utilizá-los prejudicialmente, mas sobretudo por não serem capazes de se defender e, por extensão, prejudicar os outros.