28 de fevereiro de 2008
Uma das vantagens da medicina personalizada, nomeadamente o rastreio genético passa pela identificação atempada de factores genéticos que irão produzir doenças no futuro ou avaliar a probabilidade da sua ocorrência. Alguém com uma doença genética degenerativa hereditária poderá, por exemplo, prescindir de ter filhos, para evitar a passagem à geração futura. Também a identificação de determinada predisposição para desenvolver tipos de doenças pode acelerar diagnósticos ou evitar tratamentos errados.
No entanto este conhecimento antecipado poderá a vir revelar-se perigoso socialmente. Um artigo do New York Times revela que o medo destes testes poderá mesmo pôr em risco o efeito positivo que este tipo de análise poderia trazer. O medo não é o próprio ficar a conhecer os resultados, mas sim os outros, em particular companhias de seguros e empregadores.
Poderão as companhias de seguros no futuro exigir testes genéticos e diferenciar os prémios com base nos seus resultados? Este tipo de dilemas irão aparecer num futuro próximo e é preciso começar a pensar ética e legalmente em como lidar com eles.
Mais uma razão para a defesa de sistemas de saúde 100% estatais, onde as financeiras não possam meter o bedelho…
A também mais uma razão para não se dever defender demasiado liberalismo, como é aí desse lado…