20 de julho de 2008

O MIT, como campus, não é geograficamente muito extenso. Talvez uma vez e meia a cidadade universitária de Lisboa, embora com muito maior densidade. Há dias, a propósito da construção do novo instituto para o estudo do cancro, cuja primeira pedra foi lançada há poucos meses, a Presidente do MIT falava duma oportunidade única para concentrar no mesmo lugar físico a comunidade científica que se encontra dispersa pela universidade. Note-se bem, dispersa pela universidade.
Esta é uma evidência que, apesar da internet e de todos os meios de comunicação existentes e que sem dúvida facilitam a troca de ideias e promovem a colaboração, não é facilmente ultrapassada. Desde que cá estou que notei uma grande ausência de artigos europeus da discussão científica. Não é que na Europa não se faça ciência de qualidade, mas a verdade é que o sair da porta do laboratório e encontrar logo ali um especialista da área é uma conveniência muito grande e que acaba por limitar a necessidade de se estender os braços para o resto do mundo. Não digo que isto elimine a necessidade de colaboração internacional, não, nada disso. Mas numa cidade como Boston, com instituições como o MIT, Harvard, Boston University, Mass General e por aí adiante, todas à distância de umas poucas estações de metro umas das outras, a necessidade de se procurar coisas além muros é muito menos evidente. Mas também demonstra a fragilidade que podem ter projectos científicos geograficamente dispersos. Ou melhor dizendo, sem massa crítica humana relevante.

20 de julho de 2008

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