26 de outubro de 2003
A chuva caía incessantemente. Era fim-de-tarde de um dia de semana. Nem eu nem tu tínhamos de regressar a casa e as responsabilidades de estudante… que esperassem umas horas. Rumámos à baixa e ao sair da entrada do metro, pouca escolha tivémos. A chuva continuava a não dar tréguas e por isso enfiámo-nos logo na Brasileira. O escuro lá de fora era trazido para dentro, pelos vidros, e ampliado pela já natural escuridão do café. As luzes, muito amarelas, reflectidas nos vidros e espelhos, salpicam as mesas e os clientes e, de certo modo, aquecem-nos. São o suficiente para nos vermos uns aos outros.
Sentámo-nos. Tu pediste um chá e uma torrada. Eu um galão e pastel de nata. Depois mudaste o teu pedido: em vez do chá, também querias um galão. Sempre me fascinou o galão. Não só pelo calor afável que transmite no inverno, mas pela sua forma física. O copo, comprido, contrasta com todos os outros suportes de café e derivados. A colher, igualzinha às pequenas, à excepção de um cabo muito maior. Porquê? Não sei.
Sorríamos parvamente um para o outro, enquanto contávamos os pormenores do dia de cada um. As maiores inutilidades foram criteriosamente descritas como se de factos científicamente relevantes se tratassem. Soltaste uma gargalhada quando cocei o olho e a lente foi lá para trás e deixei de ver. Acabámos o lanche. Tem de ser. Tinha de ser. Lá fomos. Saímos porta fora e a chuva… lá estava. Que se lixe! E fomos pela rua fora até ao Cais do Sodré. Sem sequer acelerarmos o passo.
Foi. Será?
Quem eh a gaija, oh meu ganda badalhoco, depois n digas q n apareço
Meu… e seguindo a linha do luis.. Quem é ?
Deve ser um espanto para dar tanta inspiração! 😉
Boa sorte. 🙂