26 de setembro de 2003
Hoje foi dia de escrever uma daquelas cartas a uma daquelas pessoas. Escrevêmo- -las com afinco e dedicação. Pesamos cada palavra, como se de um só erro semântico dependesse o destino do mundo. Remoemos e rolamos com a língua as palavras antes de as fazer sair para o papel. E no fim, depois de tanto trabalho, depois de tanta emoção, pomos a carta no correio, à espera que chegue em condições, à espera que seja lida, à espera que lhe dediquem tanta concentração e emoção na leitura, como quando foi escrita. Mas isso não acontece.