11 de janeiro de 2004
Uma das coisas que me impressiona imenso nos humanos, é a capacidade de obedecer. Lembro-me muitas vezes da história de um comandante Britânico, muito chegado a um subordinado seu da divisão dos Gourkas (tropas de elite tibetanas, quando do domínio inglês) a quem ordenou que sobrevivesse a um ferimento mortal que sofreu. E ele o fez.
É claro que o homem dá as suas bicadas na lei. E desafiá-la é um objectivo de vida para muitos, mas, só por si, a espontaneidade da criação de normas de auto-regulação como as leis é digna de admiração.
A verdade é que o homem não funciona sem a sociedade e esta necessita de organização formal e hierárquica. É precisamente essa capacidade de seguir as regras da maioria que me espanta. Na maioria dos casos, todos param nos semáforos, pagam impostos, não trabalham no sábado, nem no domingo, seguem um modelo de vida mais ou menos pré-estabelecido, seguem o general na batalha. Não são as excepções que agora interessam, mas a esmagadora maioria de seres mais ou menos possuidores do sentido de dever. Ter que cumprir. Porquê?
As fardas são os mais expressivos dos objectos. Um carrasco, um soldado, um médico, um varredor de ruas, um professor, um cientista. Sózinho ou em grupo.
Será que as células do meu corpo sabem que contribuem para um bem comum. E que há outros corpos?