25 de agosto de 2012
Ao escrever o post anterior consultei, entre outras fontes de dados a PORDATA, base-de-dados do Portugal Contemporâneo. Consultei outros recursos públicos, como Júri Nacional de Exames, o GAVE, a DGES, além do Google para isolar temporalmente dados de jornais, já que os números das vagas, candidatos e afins são geralmente difundidos nos meios de comunicação (se bem que sujeitos a pouco mais do que o habitual “este ano subiu, o ano passado desceu”).
Um dos problemas com que me deparei foi a inconsistência da forma como os dados são apresentados e arquivados. Embora pareça haver mais esforço nos últimos anos, parece que as mudanças governamentais têm sérios impactos na persistência da informação. A quantidade de links quebrados que meramente apontam para o genérico www.portugal.gov.pt é enorme. Deveria ser obrigação do Estado garantir a persistência desta informação para memória futura. E, que diabo, a internet e a informática tornaram isso muito fácil. Não penso que seja uma acção deliberada, mas é algo que está entranhado na nossa maneira de lidar com a novidade: “isto agora é que vai ser, limpa tudo”.
Entra a PORDATA, iniciativa (privada) da fundação (privada) Francisco Manuel dos Santos. Trata-se de um instrumento que recolhe dados de entidades oficiais, como o INE, diversos ministérios e entidades governamentais nacionais e europeias. É permanentemente actualizada.
Embora tenha algumas semelhanças com o inglês data.gov.uk, o americano data.gov,o francês data.gouv.fr ou o alemão daten-deutschland.de, frutos dum movimento de transparência governamental e fácil acesso aos dados dos Estado, não é exactamente a mesma coisa (curiosamente, o inglês e o francês com a tão típica marca beta dos projectos informáticos). Em primeiro lugar, não quer cumprir o mesmo serviço. O governo português deveria seguir o mesmo caminho e disponibilizar os dados de forma centralizada. No entanto estes serviços são essencialmente grandes repositórios. Indexáveis, é certo, mas não necessariamente de fáceis de lidar. A PORDATA, além de compilar os dados, organiza-os por áreas temáticas. Isso torna-os de mais fácil e rápida consulta, sobretudo para os leigos das estatísticas, mas nem por isso menos curiosos. Além disso, os dados são de fácil visualização – com gráficos estáticos e dinâmicos – e exportação.
A PORDATA é uma verdadeira pérola, não só, como disse, para os curiosos como eu, mas um autêntico instrumento de investigação, estimulação e de cultura. Aqui deixo os meus agradecimentos a todos os que tornam possível este recurso, em particular a Maria João Valente Rosa (directora da PORDATA), a António Barreto (Presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos) e ainda a Alexandre Soares dos Santos, (presidente do Conselho de Administração do Grupo Jerónimo Martins). Sim, mesmo sem receber pagamentos inferiores a €20 com cartão, o Pingo Doce e os seus lucros também nos trazem coisas boas.