23 de abril de 2008

E preocupava-se o mundo ocidental com a China: Europe Turns to Coal Again, Raising Alarms on Climate

23 de abril de 2008

22 de abril de 2008

Este relato fez-me vir à memória a imagem dos megafones que debitavam propaganda pelas ruas e nos campos de prisioneiros chineses, na revolução cultural.

Last night [Sunday, Apr 20] around 7pm my friend was attacked by a mob of about 150 people outside the Carrefour in Zhuzhou, Hunan (near his placement site). When leaving Carrefour some of the crowd started shouting at him and he tried to say he didn’t have anything to do with the Olympics, but 3 men started to push him and then he was hit in the back of the head at least 3 times. He started to run, and the mob chased him. He jumped into a cab, but the mob surrounded the car and started shaking and rocking it. The cab driver was shouting at him to get out. Then they started hitting the car. The crowd was shouting “kill him! kill the Frenchman.” He called the Field Director while in the back of the car. The cab driver abandon the car when he saw police coming. Two police made there way though the mob and managed to drive the cab away. The Field Director alerted [a certain public official]. The police got him another cab and he took it from Zhuzhou to the field director’s home in Changsha. He spending the night here in Changsha and is likely leaving China as soon as possible.
[My colleague] is only 22, an American (not French), and a volunteer teacher. He graduated from [university] less than 10 months ago. If he can be attacked anyone can be. The situation in central china is becoming much worse very quickly. He has been cut up pretty badly by the glass and the people trying to grab him.
I didn’t think the situation and protests were anything to worry about before now, but if the mob had gotten him outside of the cab he could have easily been killed.
Foreigners need to be more aware that this is a real danger and MUCH more careful around the protests here in central china.
Im also sending this letter to the embassy.
People need to be more much careful.

in shanghaiist

Aqui fica uma demonstração de que os chineses gostam de defender o que é deles. Aqui está outra. (nota bene, a verticalidade do governo moçambicano (sejam qual for as razões que estão por trás), quando os nossos primeiro-ministro e presidente da República, nem sequer arranjaram um furo na agenda para receber o Dalai Lama; um bom exemplo, por ocasião do 25 de Abril.)
via meiadeleite.com

22 de abril de 2008

20 de abril de 2008

evernote.png
Ainda não consegui experimentar o Evernote, mas pela descrição e pelo vídeo de demonstração (ver abaixo), o Evernote será talvez o programa de computador mais revolucionário no que diz respeito à integração das nossas vidas correntes com o suporte digital. Os dois slogans dizem tudo: “your external brain” e “remember everything”.

Os três pontos essenciais, a meu ver, são: o rápido reconhecimento de texto (impresso ou escrito) dentro de imagens, o software de visualização das notas e a ubiquidade.
A digitalização de notas e apontamentos será um processo muito mais rápido e intuitivo, especialmente graças à disponibilidade praticamente total de câmaras fotográficas, nos telemóveis. A procura da informação armazenada parece-me extremamente intuitiva e com os resultados disponibilizados de forma altamente intuitiva. E com a sincronização, essa informação passa a estar disponível virtualmente em qualquer lado.
Só falta o Google integrar algo deste género para de seguida saltar a questão: e agora, que vai acontecer com toda a informação pesquisável?
PS: ao botas – sim, sou bem capaz de vir uns dias atrasado neste, também!

20 de abril de 2008

5 de abril de 2008

pultius.jpg
Pultius, Artemy Lebedev

Dois dos meus designers industriais favoritos: Mark Newson e Artemy Lebedev. Além do Jonathan Ive, claro.

orgonechair.jpgOrgone chair, Mark Newson

5 de abril de 2008

2 de abril de 2008

Piorricida.jpg
No passado fim-de-semana fui convidado para um jantar, onde os hóspedes (a Sofia e o João) me proporcionaram um brilhante arroz de polvo e uns pastéis de belém acabadinhos de chegar da fábrica. Ou, pelo menos, tão fresquinhos como a distância o permite.
No decorrer da noite lá falei da minha convicção de ser o único habitante do continente americano a usar pasta Couto para a minha higiene oral. Acabei por ter de explicar o famoso anúncio do indivíduo às voltas com a cadeira porque havia quem nunca tivesse ouvido falar dele. Não é que seja do meu tempo, mas quem vê aquilo uma vez nunca esquece.
Ora, ao desenrolar-se a conversa, fiquei a saber que um dos hóspedes era bisneto de Manuel Vicente Ribeiro, dono da farmácia responsável por outra pasta dentífrica memorável. Confesso que nunca lhe tomei o gosto (embora o João tenha prometido arranjar exemplares vintage), mas o facto de se chamar Piorricida fez com que ganhasse um lugar permanente na minha memória.
“Com Piorricida terá bons dentes toda a vida”. A genialidade do marketing é tremenda. Só não consigo avaliar se tremendamente boa, se tremendamente má.
EDIT: Deixo aqui o link para a reportagem “Ode to a toothpaste” da repórter freelancer portuguesa Mariana Van Zeller.
A imagem do anúncio veio daqui.

2 de abril de 2008

31 de março de 2008

O meu pai faria hoje cinquenta e nove anos. Se tivesse sobrevivido.
Morreu, fará em julho próximo dez anos, em plena altura da Expo 98. Não foi assim há tanto tempo, mas foi há imenso tempo. Na minha imaginação o meu pai ainda tem mais uns trinta ou trinta e cinco centímetros do que eu, o que se fosse verdade, faria-o ter mais de dois metros de altura. Eu sei que não era assim tão alto, mas foi a imagem com que fiquei.
O meu pai usava bigode. Já na altura não era assim tão comum, mas interrogo-me se hoje o usaria. Na altura eu não tinha telemóvel; nem eu, nem o meu irmão, nem a minha mãe. A internet ainda era por modem, dos mais lentos, de 56k, e o mp3 começava a ser uma coisa grande. Se tivesse sobrevivido, talvez hoje andasse no Porsche que sempre quis ter. Ou talvez não. Mas de certo que continuaria a ser o elemento aglutinador nas piquenicadas de verão, na serra de Arga, ou noutro lugar igualmente belo do Minho.
O meu pai era uma personagem que impunha respeito, mas emanava uma grande calma. Calma essa que era assustadora, quando entrava no nosso quarto nos sábados de manhã em que fazíamos uma barulheira que não deixava dormir ninguém, com o propósito de nos fazer calar, mas sem levantar um bocadinho que fosse o tom da voz.
O meu pai morreu de repente, deixando à minha mãe grande parte do trabalho de nos educar e levar a bom porto. Daquilo que mais tenho pena é das coisas que não nos viu viver. Disso e da memória, que desvanece. Porque é inevitável.

31 de março de 2008

28 de março de 2008

Get the Flash Player to see this player.



O vídeo acima já é um hit da internet há algum tempo, mas de qualquer das maneiras quis deixá-lo aqui. É fruto duma iniciativa da Universidade de Harvard, cujo o objectivo é ajudar na visualização dos objectos de estudo da biologia. Fala um pouco sobre como um glóbulo branco fabrica as proteínas necessárias para aderir às paredes dum vaso sanguíneo. Mas muito mais do que falar mostra e fa-lo duma maneira visualmente muito bela, verdadeiramente espectacular.
A estrela do filme é a molécula que transporta um lipossoma ao longo dum microtúbulo. É a cinesina 1, uma proteína motora, com uma forma alongada, tendo num extremo dois “pés” que caminham num “carril” e no outro um “gancho” que agarra o objecto a transportar.
kinesin 1
A cinesina 1 “consome combustível”, i.e. a molécula usual para o fornecimento de energia nos sistemas biológicos, ATP, e desloca-se unidireccionalmente ao longo de estruturas tubulares dentro da célula, denominadas microtúbulos.
Se alguém precisar de mais esclarecimentos acerca do filme, dá-los-ei dentro das minhas possibilidades!
Referências
[1] – Harvard Multimedia Project
[2] – XVIVO

28 de março de 2008

27 de março de 2008

Já lá vão uns dias valentes, mas só agora deu para comentar a defesa da missa em Latim, que o Pedro Mexia colocou no seu blog. Percebo-o, mas neste caso não percebo.
Não entendo como se pode querer que a missa seja usada como ritual sem a palavra. Eu não vou à missa, aliás, nem sequer acredito, mas não creio que faça sentido a cerimónia do ponto de vista puramente mecanístico. Penso, aliás que seja um retrocesso, na grande maioria dos casos.
No entanto, percebo perfeitamente a necessidade de rituais. Já aqui o tinha dito, a propósito do 25 de Abril. Sou um defensor da solenidade, do ritual como evento marcador de passo. Marcar os passos da vida. Acho que é preciso, que contribui para distinguir-nos de entre o banal, do passageiro. Celebrações sem terem de ser festas, pausas para meditar e valorizar, pausas para observar. Os rituais fazem-nos olhar para o agora e para o antigamente e ajudam a preparar um futuro. Os rituais criam referências temporais.
Acho até que se devem criar novos rituais, para situações novas, ou para reformular outros. O melhor exemplo para mim é o casamento, que, para os não religiosos, é um ritual insípido, deprimente e sem identidade. E poderia dar mais, mas por hoje fico-me por aqui. Digo apenas que acho que a missa deve ser um ritual, mas não acredito que na maioria dos casos o latim faça da missa o ritual que ela deveria ser.

27 de março de 2008

24 de março de 2008

Para juntar à crescente lista de incoerências tipográfico-intelectuais que os nossos jornais de referência publicam, no artigo Só um novo investidor pode salvar Cinema Quarteto do fim, do DN, ficámos a saber que o cinema lisboeta:

“Por não reunir todas as condições de segurança, nomeadamente, saídas de emergência em número suficiente, sistema de detecção de incêndios, revestimento de paredes e pavimento com materiais inflamáveis, o Quarteto teve de encerrar.”

É a nova técnica do IGAC para garantir que não ficam feridos graves… se houver fogo, que arda tudo e todos!

24 de março de 2008

24 de março de 2008

Aqui de longe, vou-me mantendo actualizado sobre a vida urbana das duas localidades onde vivia antes de emigrar através dos blogs dos movimentos cívicos Cidadania Cascais e Cidadania Lisboa.
Numa proposta à comunidade de Cascais o movimento faz, aquele que considero, o melhor diagnóstico do comércio local da vila:

– Ninguém quer comprar 99 % do que as lojas de Cascais e do Estoril vendem;
– Em muitos casos as montras das lojas são ainda piores do que aquilo que se encontra à venda lá dentro;
– Os horários que praticam podem dar muito jeito aos comerciantes, mas não servem os potenciais clientes;
– Não pode continuar a vender as mesmas coisas que as grandes superfícies vendem e, muito menos, ao dobro dos preços por elas praticado. Tem que haver segmentação e valorização pela a diferença.
– Perceber que nas grandes superfícies o estacionamento só é grátis para os clientes. Ele é pago, e bem pago, pelos lojistas estabelecidos nas grandes superfícies.
– Tirar partido do significativo número de visitantes que, ao fim-de-semana, se desloca ao concelho em lazer, nomeadamente ao Paredão e ao Guincho, atraindo-os ao centro;
– Perceber, finalmente, que as pessoas não vão às suas lojas por causa da falta de estacionamento, ou por as ruas serem pedonais, ou por causa da Câmara, ou dos centros comerciais existentes, ou quaisquer outros poderes mais ou menos ocultos, mas sim, porque não encontram o que querem, à hora que querem, com a qualidade de serviço que querem.
Não há negócio a investimento zero, que é o que a generalidade dos comerciantes tem feito nas suas lojas nos últimos (muitos) anos. Será duro dizê-lo, mas não há centros urbanos vivos sem um comércio vivo. E este comércio de Cascais e do Estoril está morto. E continuará morto enquanto os comerciantes não entenderem que a culpa da sua desgraça não é, ou não é principalmente, da Câmara, das grandes superfícies, da falta de estacionamento, dos clientes, do sol ou da chuva. É deles próprios porque insistem em vender o que ninguém quer, às horas a que ninguém quer, a preços que ninguém quer.
De todas as variáveis de que dependerá a ressurreição do centro da vila, esta é a mais importante mas será, também, a mais difícil de alterar. Julgamos que apenas uma alteração radical da Lei do Arrendamento Urbano poderá trazer um princípio de solução. Possível a ressurreição do centro da vila? Sim, mas muito difícil. Haverá que tentar, contudo.

24 de março de 2008

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