10 de dezembro de 2011

Desde que vim para os EUA que deixei de ter televisão. No primeiro ano, tecnicamente havia uma televisão no dormitório, mas é impossível de se ver qualquer coisa aqui, devido à publicidade que é excessiva.

Talvez a única coisa que me faça falta, do hábito de deixa ver o que está a dar, são os documentários, que passei a ver muito menos. Mas falaram-me do Frozen Planet da BBC. E vale muito a pena.

A voz de David Attenborough leva-me ao tempo em que aos domingos à tarde não falhávamos um programa sobre a vida selvagem. Mas é um documentário do nosso tempo: a tecnologia, a filmografia e, muito provavelmente, os muitos recursos da BBC trazem ao ecrã uma fabulosa série de imagens e histórias acerca das regiões polares do nosso planeta. A perícia e a paciência das filmagens é por demais visível e verdadeiramente comovente. E no fim de cada episódio, a Freeze Frame, uma secção dedicada à forma como foram feitas as filmagens e às histórias dos muitos operadores de câmara, produtores e cientistas envolvidos na realização da série documental.

Infelizmente ainda só está acessível via Inglaterra, mas para quem não conseguir, há uma página de clips aqui. Por agora, um pequeno episódio:

10 de dezembro de 2011

Vale Hayden
Yellowstone National Park | Vale Hayden

1 de dezembro de 2011   ·   in English

da Rua Augusta
O Arco | da Rua Augusta

24 de novembro de 2011   ·   in English

22 de novembro de 2011

Em finais de 2009 envolvi-me com o gang do É Tudo Gente Morta. A experiência foi interessante: o meu primeiro blog colectivo, a arquitectura duma casa usada e estimada. Embora o mais novo, tipo mascote, sempre fui bem tratado e ganhei muito. E, ao contrário do sucateiro Godinho, não recebi robalos, mas dois pregados grelhados à beira-mar, um deles sob Canadairs atarefados. Mas como tudo o que é bom sempre se acaba, apercebi-me do que tinha ficado maltratado: este blog.

Depois do fim do ETGM não quis regressar sem limpar a casa. A coisa levou tempo, as teias de aranha eram muitas, mas cá está, de cara lavada. Sim, os blogs já não são o que eram, e os poucos leitores que tinha não virão. Ainda assim, gosto deste cantinho. Voltei.

22 de novembro de 2011

um canto da baixa
Lisboa | um canto da baixa

2 de novembro de 2011   ·   in English

25 de setembro de 2010

Anteontem o nosso Primeiro-Ministro veio aos Estados Unidos dar um seminário à margem do mestrado que Manuel Pinho lecciona na Universidade de Columbia, NY. Não quero fazer nenhum grande debate sobre a política, os políticos ou as energias renováveis. Venho só falar dos números. De um em particular, que o PM aventou e que os media papaguearam sem nenhum enquadramento.

Sócrates anunciou que o investimento nas renováveis permite poupar, por ano, 100 milhões de euros em importações de petróleo, notícia que foi amplamente divulgada.

Não cabe aos noticiários fazerem crítica, mas cabe-lhes a eles, isso sim, ajudar os leitores a perceberem o que estão a ler. Confesso que não lido com montantes dessa ordem, mas 100 milhões de euros não me pareceram muito… Fui ver o que dava para comprar com esse dinheiro: a terceira travessia do Tejo custaria 2.000 milhões de euros, portanto, nada de pontes no Tejo. Um TGV para Espanha, custa ao estado (que só paga 42% do total) 5.940 milhões de euros, a preços de 2009, nada de comboios. Um novo aeroporto são só 4.900 milhões de euros; também não dá, embora segundo os senhores do JN no artigo referenciado, a terceira travessia é uma pechincha, só 145 milhões, mas prefiro confiar no valor anterior, que vem do próprio governo e foi escrito por extenso.

Certo, dirão, mas isso são investimentos a muitos anos, para durarem uns, vá lá, cinquenta anos. Logo, 50 x 100M€ = 5.000 milhões de euros! É comparável… a poupança no petróleo dá para um daqueles investimentos! Afinal não é assim tão pouco! Vejamos só um último valor, antes de largarmos o assunto… Que significam 100 milhões de euros em poupança petróleo, no panorama total das coisas?

Ora bem, em 2009, o custo médio do barril de Brent, foi de $62.7/barril. A taxa de conversão média foi de 1.39, logo o preço médio por barril dá €45. Agora o consumo: segundo o WolframAlpha, a estimativa do consumo de petróleo para 2009 foi de 272.181 barris por dia. Logo, num ano, gastou-se €4.470.572.925, i.e, cerca de 4.500 milhões de euros. O que se poupa é 2.2% do total do consumo anual.

Claramente, um título que dissesse 2.2% era menos chamativo. Sei mais informação 2.2% por ano não parece ser nada de milagroso. Contando com o restante das importações energéticas, em 2008, o saldo da balança era de -8.000 milhões de euros, logo a percentagem é menor considerando toda a energia que importamos. Confesso, no entanto, não sei o investimento que foi necessário para garantir essa poupança de 100 milhões de euros anuais, portanto esses 2.2% até podem ser um bom negócio. Estas minhas contas todas, acabaram por não dizer o fundamental: é ou não bom o negócio que está a ser feito. Não tenho os dados para dizer se sim, senão, mas a questão que quis deixar aqui foi a de que os números só por si dizem pouco, há que os enquadrar (que é diferente de massajar) e os jornais deviam-no fazer decentemente.

25 de setembro de 2010

25 de setembro de 2010

25 de setembro de 2010

7 de setembro de 2010

Em 1936, nos jogos Olímpicos de Berlim, Jesse Owens ganhou quatro medalhas de ouro no atletismo, tendo triunfado na mediática prova dos 100m. A sua vitória estragou os planos nazis de fazer o pleno das vitórias arianas, muito embora os alemães tenho ganho mais medalhas que qualquer outro país, sendo que os Jogos foram considerados um sucesso pelo regime. Hitler não terá cumprimentado Owens, mas mais tarde o atleta afirmou que quando passou em frente ao Führer, este ter-se-à levantado e acenado, tendo Owens respondido de igual forma. Hitler terá deixado de cumprimentar quaisquer atletas a seguir ao primeiro dia, quando tinha saudado apenas os atletas alemães; o comité olímpico terá pedido a Hitler para cumprimentar todos ou nenhum, sendo que Hitler escolheu a segunda hipótese. Quando Owens ganhou, Hitler nem se encontrava no estádio.

Owens, foi o primeiro atleta negro a receber um patrocínio, quando Adolf Dassler, fundador da Adidas, o convenceu a usar sapatilhas da sua marca. No salto em comprimento, o alemão Luz Long, que acabou por ficar em segundo lugar a seguir a Owens, sugeriu-lhe, quando Owens já tinha invalidado dois saltos da classificação, fizesse uma marca na pista uns centímetros antes da marca, para não arriscar demais. Na final, quando Owesn ganhou, o primeiro a cumprimentá-lo foi Long. Owens terá continuado a corresponder-se com a família de Long após a morte deste, na Segunda Guerra Mundial.  Também na Berlim nazi, certo é que menos opressiva para a recepção da olimpíada, Owens pôde usar os transportes públicos livremente e entrar em bares e noutros lugares públicos sem problemas. Como é visível no video acima, a sua vitória foi efusivamente celebrada e nas ruas pediam-lhe tantos autógrafos que Owens se queixou da fama. Ao regressar aos Estados Unidos, houve uma parada na Quinta Avenida em Nova Iorque em sua honra, mas na subsequente recepção no hotel Waldorf-Astoria, Owens teve de tomar o elevador de serviço. Continuou a ter de andar na parte de trás do autocarro e nem Roosevelt, nem Truman o convidaram à Casa Branca. Sem patrocínios ou outros contratos phelpianos, Owens terá ganho algum dinheiro a correr contra cães e cavalos.

“Hitler não me desprezou – foi Roosevelt quem o fez. O presidente nem um telegrama me enviou”.

7 de setembro de 2010

3 de setembro de 2010


João Baptista dos Santos nasceu em Faro, no ano de 1843. Eu nunca tinha ouvido falar dele. Não é que haja falta de anormais na nossa praça pública, pelo que é concebível que um ou outro escape, no entanto, a este senhor não faltaria fama por entre os mais jovens, caso dele tivessem tido conhecimento no ano certo da escolaridade obrigatória. É que João Baptista dos Santos possuía, entre as duas normais, uma terceira perna. Uma aberração, ou mera curiosidade, consoante as opiniões, a verdade é que o homem nasceu com mais um membro (que na realidade eram duas pernas atrofiadas fundidas). A perna não era funcional, embora pudesse ser manipulada e, muito embora nunca tenha sido operado, Baptista dos Santos era capaz de andar a cavalo, amarrando a sua terceira perna a uma das coxas. Ainda assim, por curioso que este fenómeno fosse, o que suscitava mais interesse era o facto de João Baptista dos Santos sofrer da raríssima diphallia. E, ao contrário da sua terceira perna, o segundo pénis era perfeitamente funcional. Segundo o fotógrafo Charles DeForest Fredricks, que registou a única fotografia conhecida de João Baptista, “basta a visão de uma mulher para excitar as suas propensas amorosas. Ele funciona com ambos os pénis, acabando com um e continuando com o outro.” Tendo sido oferecido um generoso contrato para se exibir em circos franceses, João Baptista dos Santos recusou a oferta, preferindo mostrar-se apenas em círculos médico-científicos.
Mas como uma curiosidade se torna ainda mais interessante quando outra curiosidade se associa a ela, cá vai a segunda parte desta diplopia. Embora não haja provas, reza a história que João Baptista dos Santos terá tido um affair, em Paris, com a cortesã Blanche Dumas. Dumas não só tinha também uma terceira perna, como sofria de duplicação vaginal, que, à semelhança do seu contraposto luso, eram perfeitamente funcionais.

3 de setembro de 2010

14 de julho de 2010


*É sabido que qualquer terrinha americana tem a melhor loja de gelados do mundo e, na Nova Inglaterra, os melhores lobster rolls do universo. Aqui também eu faço uso da hipérbole para dar ao Guincho um título que não precisa. E para os que não gostam dos desportos anemoaquáticos, o melhor do Guincho é a raridade com que proporciona o acolhimento a que todos se julgam devidos.
Um bom verão a todos. via

14 de julho de 2010

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