3 de julho de 2006

Recentemente tenho visto filmes/séries ou trailers dos mesmos (eg. Spartan, Five Fingers, Hostel, 24, The Siege etc.) em que a tortura toma papel relevente no decorrer da história. Nalguns casos como mero adereço cénico para enriquecimento das obras, mas noutros claramente como meio fundamental para chegar a um certo fim. Um dos exemplos é o caso de Jack Bauer e seus compinchas da CTU que, à margem da lei, torturam frequentemente prisioneiros para obter informações relevantes.
Se fossem meramente acontecimentos de cinema, a questão era discutível, mas não mais que isso: cinema. Mas com Guantanamo, Abu Ghraib e os vôos secretos da CIA para levar prisioneiros para estâncias termais e resorts em locais fora dos percursos turísticos habituais a coisa torna-se um imperativo. A turtura existe e cada vez mais sancionada pelos polícias do mundo. Provavelmente sempre terá existido, mas o mais problemático, a meu ver, é, nos dias de hoje, ao abrigo de Patriot Acts e Cia., parece que a mentalidade começa a ser fechar os olhos e aceitá-lo como um mal menor.
Será que é um mal menor? Será que é aceitável? A meu ver não. Se nos queremos promover como cidadãos de um mundo civilizado e avançado não o podemos ser meramente tecnologica e socialmente. Temos a obrigação de promover o Bem e a decência humana. Senão arriscamo-nos a ser como os alemães dos anos trinta. O povo com melhor instrução científica e cultural, que não soube ver, pelo contrário, apoiou a súbida de Hitler e dos Nazis.

3 de julho de 2006

4 pensamentos em “Tortura

  1. botinhas says:

    As súbidas esdrúxulas dos Nazis foram realmente um problema do mundo no sec.XX…
    PS: este teu blog continua com problemas na vizualização dos posts… vou ter de te torturar para arranjares isto? :p

  2. É só aqui nos comentários, não é?
    Prometo mudar brevemente!

  3. Eu acho que é tudo muito subjectivo! Acho mais hipócrita do que a guerra, a guerra “com regras”! Mas que merda é essa? Se é guerra… é guerra! O problema é haver guerra! Promover o “Bem” passa por ultrapassar/evitar a guerra! Não passa por não torturar! Porque matar 1500 inimigos e depois tratar como lorde um prisioneiro, que se calhar matou 10 ou 15 dos nossos é, no mínimo, hipócrita!
    Objectivando a coisa num exemplo simples… apanha-se alguem dum grupo terrorista que sabe a localização duma fábrica de armamento. O gajo não diz nada! Portanto, respondes-lhe “que é na boa, é como ele quiser, que o pessoal só quer é que ele se sinta bem”. Entretanto saiem mais armas e com sorte morrem umas dezenas ou centenas ou milhares de inocentes, porque não quisemos “incomodar” um prisioneiro que, por acaso, “até é uma pessoa decente”!
    Não me arrisco é a dizer quem são os bons e os maus! Isso é mais complexo! Quem invoca a segurança para torturar prisioneiros, não pode, depois, ser o maior fabricante de armas! Isso sim, é errado! O torturar… não! Desde que usado em último caso e por uma causa decente! Sim… é um bocado subjectivo!

  4. Nesse aspecto sim, tens razão João, mas o problema é quando e como é que se define o limite. Quando é que é aceitável e não é? Como é que se controla? Haveria uma ‘legalização’ ou continuar-se-ia a fazer às escuras? É que depois às escuras não tens controlo nenhum.
    Objectivando a coisa de outra maneira: se houver um general que capturou cem pessoas e que decide torturá-las a todas porque um deles é um terrorista que matou dez mil e sabe a localização da base onde estão os seus companheiros que se preparam para mantar outros dez mil? É legítimo torturar os outros 99 (ou pelo menos até chegar ao verdadeiro?)
    A verdade é que nunca vais poder legalizar a tortura, e as coisas feitas às escuras permitem uma ambiguidade muito maior.

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