20 de fevereiro de 2008
Em conversas com o Ricardo estávamos a discutir a importância do suporte físico para os dados informáticos. Claro, os dados estão sempre em suporte físico em algum lado… Pode parecer mas a internet não é um conjunto abstracto de coisas, pelo contrário! A discussão surgiu após a alegada vitória do Blu-Ray sobre o HD-DVD, o novo standard para suportes ópticos.
A minha questão era que penso que o suporte físico tipo disco vai ser de pouco interesse para a maioria dos consumidores a curto prazo. E isso deve-se ao crescente impacto da distribuição de conteúdos via internet. De jogos, a filmes, de tudo um pouco já há distribuição online. E são cada vez mais os serviços que dispõe de download ilimitado. Mesmo suportes como a IPTV (género Meo e afins) contribuem para esta desmaterialização do suporte físico. Como exemplo quero deixar a imagem abaixo:
Cliquem nela para ir para o Picasa onde podem descarregar o screen-shot completo. É um exemplo de streaming de alta definição, disponibilizado pela ABC (infelizmente o serviço não está disponível para fora dos Estados Unidos) e é, literalmente, melhor que televisão. Avaliem por vocês mesmos a qualidade; foi capturada sem sequer fazer pausa. É bem mais prático que qualquer disco, embora venha com anúncios atrás…
Resumindo e concluindo, isto tudo para dizer que acho que o suporte físico tipo CD/DVD irá apenas para servir para backups ou grandes transferências, instalações ou assim. O futuro do armazenamento de dados, sobretudo multimédia, que é o grosso dos dados dos consumidores normais será em discos externos e (para já ainda residual) o armazenamento online. Aplicações como o Time Machine da Apple são o primeiro passo para a banalização do processo de armazenamento online/em intranets. Veremos se tenho razão ou não!
Como te disse, o suporte físico terá ainda grande importancia, na minha opinião.
Serviços como o Netflix farão as coisas mudar, mas talvez só na próxima iteração destas tecnologias, principalmente quando falas dos serviços cá no nosso cantinho. As larguras de banda irão aumentar cada vez mais, e cada vez mais o armazenamento local deixará de fazer muito sentido.
Mas acho que o Blu-Ray ainda é algo muito relevante, em termos de distribuição de conteúdo, sejam filmes ou jogos (na PS3 por exemplo).
Na próxima iteração de consolas (Playstation 4 / “XBox 720” / Nintendo ) começará a verdadeira distribuição de conteúdo online. Com as actuais só tens jogos simples e/ou add-ons para jogos com suporte físico clássico.
No caso de filmes e séries tens o iTunes movie rentals a tentar dar o mote…
Mas é tudo ainda muito insípido e nada standard.
Mais uma iteração das consolas e dou-te razão. 😉
PS: Porquê as consolas? PS2 -> disseminou os leitores acessíveis de DVD; PS3 -> Faz agora o mesmo com o Blu-Ray
Concordo quanto ao que dizes relativamente às consolas, mas relembro que o caso de filmes e séries não é só o iTunes, é também o exemplo que dei da ABC e também da CBS, TBS e outras televisões (mas que, como disse, só há, ainda cá).
Mas também te digo outra coisa, na altura a PS2 disseminou os leitores de DVD, porque havia DVDs com conteúdos que precisavam de ser lidos. Assim como o iPod disseminou um formato que relega o CD para segundo plano (aliás, em portugal, são chamados muitas vezes “os mp3”), talvez a distribuição online relegue os próprios Blu-Rays para segundo plano, mesmo antes de eles se massificarem como suporte. Veremos! 😀