22 de março de 2008

Um em cada dez estudantes universitários de Coimbra acredita que a pílula anticoncepcional protege da infecção por VIH/sida, segundo um inquérito realizado pela investigadora Aliete Cunha-Oliveira, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Público

Isto resume, em poucas palavras, a educação que se dá neste momento em Portugal. E é pena que se discuta muito sobre educação no nosso país, mas não se diga uma única palavra do que está a ser feito aos jovens, da geração que se está a criar.
O conjunto de falhas é extremamente grande e numa dimensão altamente transversal. Não é só o tipo de conteúdos que são transmitidos, mas a relação com o que se aprende e com o que se ensina. A cada vez maior ausência de responsabilização, aliada ao facto de se querer fazer do ensino algo osmótico e indolor é muito grave. Aprender custa a todos os alunos; alguns têm mais facilidade que outros, mas a todos dá trabalho. Estimular a criatividade e curiosidade custa aos professores e aos pais, e não é trivial. Inculcar a responsabilidade e o brio pelo sucesso académico (e, por inerência, pelo esforço e pelo trabalho) é da responsabilidade dos pais — e cada vez existe menos esse sentimento; a extrema protecção dos filhos é preocupante.
O facto de dez por cento dos alunos de uma das principais instituições de ensino superior do país não saberem que a pílula não protege contra doenças sexualmente transmitidas, não só é grave do ponto de vista intelectual (o que é que esta gente anda a fazer?) como é muito grave numa perspectiva de saúde pública. São pessoas numa altura importante das suas vidas sexuais e são, supostamente, dentro da nossa sociedade, aqueles com mais treino para procurar informação, para aceder a ela e para a digerir e compreender. Independentemente de serem de biologia, literatura, psicologia, farmácia ou direito.
Isto tudo faz parte dum grande problema chamado falta de educação. Não é falta de conteúdos, mas de educação para a vida cívica e passando por coisas como o civismo, as regras de boa educação, as regras de etiqueta e bom comportamento e ainda pela responsabilização. Um outro exemplo, bem filmado para todos vermos foi a menina histérica agarrada à professora. Parte virá das escolas, mas muito virá das famílias e da sociedade. E volta e meia dumas belas bofetadas.
actualização: como muito bem afirma o Pedro Aniceto, “era assim que funcionava antes, ainda no tempo em que ninguém se traumatizava como hoje parece acontecer”.

22 de março de 2008

Um pensamento em “Falta de educação

  1. Ricardo Ramalho says:

    Pá…
    Enojou-me de tal forma que não te consigo descrever o que realmente sinto. É impunidade? É! É falta de educação dos papás? É! É falta de repressão? É! É falta de autoridade? É!
    Deviam existir medidas de repressão severas para os miúdos e para os pais…

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