26 de janeiro de 2006
Não fui grande admirador d´ “O Homem Que Mordeu O Cão”. Tinha uns aspectos ridículos e engraçados, mas nas piadas não encontrava grande alento. Por outro lado, sou fã da restante parvoice de Nuno Markl. O nonsense sempre foi um dos meus humores preferidos. Mas Markl ainda o faz de maneira diferente: a sua recolha da parvoice pegada, em jeito do Gato Fedorento (suponho que será a escola das Produções Fictícas) é séria e profunda. Ele e Ricardo Araújo Pereira são diferentes, mas no que conheço (que admito possa ser pouco) estão a construir um verdadeiro acervo moderno do ridículo nacional. Ser parvamente cómido deve ser complicado e eles são-no pegando nos bocadinhos da vida, sobretudo na nacional, mastigando tudo, do quotidiano ao profundo. Markl criou Lauro Dérmio, ao mesmo tempo que pôs Cecil B. De Mille a pirlamparar. RAP, a reinterpretação do Zé Povinho.
Ambos e suas equipas, assim como as Produções Fictícias, são responsáveis pela dinamização de muitas áreas da cultura portuguesa. Distingo agora, a novela mexicano-radiofónica Perdidos no Éter, na Antena 3, um género de coisas que há muito estava perdida. Os parabéns aos responsáveis que deixam estes projectos existirem, mas que possam passar aos grandes palcos e que não sejam apenas projectos marginais de alguns loucos que se deixam correr por aí.
Reduzir Gato Fedorento a Ricardo Araújo Pereira é um erro básico do desconhecimento humano. RAP é genial, sem dúvida, mas os outros não lhe ficam atrás (só não sabem é fazer jeitos estranhos com a boca)! :p
Realmente foi isso que pareceu, mas não era o que queria fazer! As minhas desculpas aos restantes gatos!
Simplesmente é o que conheço mais (em termos de entrevistas, reportagens, etc.), talvez por ser o que tem uma exposição mediática maior. Nem sequer sei se ele é o mentor ou não do projecto. Mas sim, admito que ficou essa ideia, e que não era o que queria transmitir!)
Seja como for, para mim, como actor, o Ricardo Araújo Pereira é, de longe, o melhor dos gatos! No resto não sei!