15 de dezembro de 2009

11 de dezembro de 2009
Inteirava-me eu da actividade do nosso inefável parlamento, desta feita sobre a votação de uma magistrada para o Supremo Tribunal de Justiça, quando reparo nos números da votação: 139 a favor – muito bem, estão a favor, – 67 brancos – muito bem, abstêm-se – e 10 nulos, muito bem… perdão? Dez nulos? Nulos?!
Das duas uma, ou temos deputados ceguinhos e não acertam com a cruz no quadrado, ou então estamos perante política pós-moderna, que ultrapassa o limite das minhas capacidades cognitivas. Ora, na minha ignorância, sempre cuidei que o voto nulo era uma manifestação de desprezo pelo sistema, um voto de reacção contra algo com que se não concorda, nem se consegue compaginar. Muito mais que uma mera abstenção, é desdenhar as alternativas e está destinado ao cidadão anónimo que prescinde do seu direito de voto como forma de manifestar a sua posição.
Ora um deputado não é nem anónimo, nem impotente. Muito menos deve ocupar o lugar que ocupa, se não estiver de acordo com o regime que nos rege. Um deputado, em democracia, não pode votar nulo. É cobardia.
5 de dezembro de 2009
“Criar um programa de estágios Inov Social, protocolando 1.000 vagas em instituições da economia social ou em instituições de promoção cultural”
in Programa do Governo
Existe, é um regionalismo brasileiro. Mas soa mal à brava…
“Prestação de serviços de design global do estacionário da Comissão Nacional e dos materiais de suporte à comunicação dos diferentes eixos programáticos”
in Contratos Públicos Online
Estacionário diz-se de um sistema que não evolui no tempo. Ou dum carro que não se mexe. Não de papel de carta.
23 de novembro de 2009
Recebi a seguinte mensagem automática de resposta a um email:
I may not be able to regularly attend to my mails until December 25, 2009. Thank you for your message and I’d appreciate your patience during this time.
Mas não, não era o menino Jesus.
18 de novembro de 2009
Don’t get me wrong, nunca será uma obra-prima, mas eu gosto imenso do Day After Tomorrow pela qualidade dos efeitos especiais e um pouco pela imaginação do cenário pós-apocalíptico (embora não seja a parte forte do filme). E, apesar de ainda não ter visto o 2012, tendo a certeza de que vão ser quase idênticos (recomenda-se a visualização simultânea dos dois trailers acima) estou cheio de vontade de ir ver aquelas ondas gigantes.
18 de novembro de 2009
Quando aqui cheguei, uma das coisas que me fazia falta era o peso da História. Não é que Boston não tenha história, pelo contrário; nos Estados Unidos, é provavelmente a cidade com mais duradouro protagonismo ao longo dos tempos. Mas chegar a um sítio novo, a um sítio que pouca relação tem com o nosso passado, individual ou colectivo, é algo de estranho. Não saber quem pisou aquele pedaço de terra antes de nós e muito menos não saber como é que isso nos moldou naquilo que somos hoje. Mas, a pouco e pouco, vamos criando o nosso pequeno passado, vamos aprendendo com os que cá estão, vamos deixando que a História nos vá enchendo as veias.
Publicado originalmente no É Tudo Gente Morta