Há pelo menos três actores de que me lembro que já várias vezes interpretaram personagens que são militares. E a imagem fica.
Christian Berkel

Mertz von Quirnheim, em Valkyrie

Prof. Dr. Ernst-Günter Schenck, em Der Untergang

General Käutner, em Zwartboek

Captain Eichholz, em Miracle at St. Anna
E ainda: Winkelmeyer, em Leningrad e Gestapo Herr Hoffmann, em Flammen & Citronen
Kenneth Branagh

Generalmajor Henning von Tresckow, em Valkyrie

SS-Obergruppenführer Reinhard Heydrich, em Conspiracy

Gestapo Herr Knopp, em Swing Kids
Tom Sizemore

Lt. Owen Underhill, em Dream Catcher

Lt. Col. McKnight, em Black Hawk Down

Sgt. Mike Horvath, em Saving Private Ryan
E ainda: Sgt. Vinnie Ventresca, em China Beach, Sgt. Earl Sistern, em Pearl Harbour e Col. Bunker, em Shadows in Paradise, isto sem contar com as muitas vezes que já foi detective.
, nem entendo que precise de qualquer defesa, mas perante o que foi escrito aqui, sinto necessidade de dizer qualquer coisa. No seguimento, aqui, deturpam-se resultados e faz-se a apologia do facilitismo.
A certa altura, citam-se os resultados da classificação dos professores portugueses como “Transmissionistas” ou “Construtivistas” do inquérito TALIS da OCDE [1]:
Direct transmission beliefs about teaching
• Effective/good teachers demonstrate the correct way to solve a problem.
• Instruction should be built around problems with clear, correct answers, and around ideas that most students can grasp quickly.
• How much students learn depends on how much background knowledge they have; that is why teaching facts is so necessary.
• A quiet classroom is generally needed for effective learning.
Constructivist beliefs about teaching
• My role as a teacher is to facilitate students’ own inquiry.
• Students learn best by finding solutions to problems on their own.
• Students should be allowed to think of solutions to practical problems themselves before the teacher shows them how they are solved.
• Thinking and reasoning processes are more important than specific curriculum content.
Antes de mais, o que está enquadrado como “construtivista” não é aquilo que os críticos do eduquês se queixam, ao contrário do que o autor quer fazer parecer. Claro que todos queremos que os professores incitem os alunos a questionarem-se; claro que todos queremos que os alunos tentem eles próprios chegar às soluções antes de lhes serem dadas as respostas; claro que todos queremos que os alunos em primeiro lugar aprendam a pensar. Os que se queixam do eduquês não são retrógrados e não pretendem certamente voltar ao tempo da reguada. Mas dizer que queremos que os alunos em primeiro lugar aprendam a pensar, não significa que se desleixem os currículos ou que os alunos não tenham que os aprender. Obviamente que uma aula participativa é melhor que uma aula de alunos calados e inactivos, mas isso não significa que não haja disciplina quando a aula é perturbada; o contrário de “quiet classroom” nem sempre é aula participativa, muitas vezes é aula indisciplinada. Obviamente que decorar grandes quantidades de factos não tornam um aluno melhor, mas isso não significa que não exista um número mínimo de conhecimentos para que se possa depois raciocinar e compreender.
Pode-se adoptar uma atitude enquadrada neste conceito de “construtivista” sem comprometer o grau de exigência e de responsabilização. É por isso que lutam os anti-eduquês; não é contra a inovação na escola, é contra o facilitismo e não é isso que está em causa neste estudo. Claramente o argumento “Instruction should be built around problems with clear, correct answers, and around ideas that most students can grasp quickly” é um argumento facilitista, que os anti-eduquês não defendem.
No segundo post mencionado, é apresentado o seguinte gráfico, ao qual sobrepus o resultado do PISA 2006, para ciência [2]:

Em geral, parece que sim, quanto mais “construtivistas” são os professores, melhores os resultados dos alunos; a tendência confirma-se. Mas atente-se ao facto de os países mediterrânicos (Portugal, Espanha e Itália), os piores na escala do “construtivismo”, terem resultados no PISA (sobretudo a Espanha) não tão diferentes da Norueg, Eslováquia, Polónia, Dinamarca ou da Islândia, países bem mais “construtivistas” que os três membros do PIGS. De notar que as duas curvas do TALIS são simétricas em torno da origem.
Por curiosidade, resolvi sobrepor aos resultados do TALIS, índices de evasão fiscal (os que estavam disponíveis, relativos a 2000-2002 e retirados de [3]):

É interessante, parece que também aqui vemos uma tendência: quanto menos se foge às obrigações fiscais num país, mais “construtivistas” são os seus professores (e já agora, melhores os resultados no PISA). Correlações não são relações de causa-efeito, mas a única coisa que quero dizer com isto é que uma aula não calada na Finlândia, ou na Áustria pode querer dizer que os alunos são participativos e cumprem com as suas obrigações escolares, e uma aula não calada em Portugal, Espanha ou Itália, pode querer dizer que os alunos são barulhentos e não cumprem com as suas obrigações escolares. Se calhar, num sítio não se chumba porque as pessoas cumprem, noutro, não se chumba porque as pessoas são empurradas para cima. Talvez as relações “construtivistas” sejam mais facilmente postas em prática em lugares onde as pessoas são mais cumpridoras em geral, onde o facilitismo já foi eliminado pela disposição comportamental dos cidadãos.
O que os anti-“eduquês” defendem não é a falta de inovação ou interacção. Defendem é que se acabe com a deturpação que se faz de políticas inovadores, implantando medidas medíocres e facilitistas, que não são mais que enganar os alunos, os pais e o país.
REFERÊNCIAS
[1] – Creating Effective Teaching and Learning Environments: First Results from TALIS link
[2] – PISA 2006 Science Competencies for Tomorrow’s World – Executive Summary link
[3] – Tsakumis, G.T. et al., The relation between national cultural dimensions and tax evasion, Journal of International Accounting, Auditing and Taxation, vol. 16, issue 2, 2007, pp. 131-147 link
e de forma gratuita na internet o novo jornal português, o i. Quis deixar passar uns tempos para que os eventuais bugs fossem corrigidos e muitos foram-no. Sobre a edição impressa, não posso comentar pois não a tive nas mãos. Sobre a edição online, acho que já se podem tecer comentários. Há quem elogie a frescura ou a quebra de paradigmas, bem como a independência. Ainda é cedo, no que a mim diz respeito, para tecer comentários acerca disto. Digo, no entanto, que não sou contra jornais que tenham uma orientação política ou ideológica. Mas falemos do aspecto e do site, visto que isso, uma vez lançado, à parte de pequenos ajustes, é para ficar.
Sei que estamos na era dos new media. Os novos jornais online, particularmente este, pela propaganda feita, assumem-se como agregadores de vários tipos e formatos de informação: texto, fotografia, som e vídeo. O i dá também a oportunidade ao cidadão comum de se tornar um repórter. Apesar de ainda não ter visto grandes artigos, parece-me uma boa ideia.

A minha primeira grande crítica é ao formato textbyte. Um jornal é essencialmente composto por textos e, para mim, não se podem substituir textos por slogans. A página principal do i não é mais que isso. Percebo-o na listagem inicial, mas não no alinhamento das notícias secundárias:

Eu sei que é uma opção editorial, mas discordo. O meu design favorito é o do Diário de Notícias, que a seguir à renovação ultrapassou o Público e depois deste último se ter tornado infernal com tantos anúncios Flash que teimam em ocupar todo o campo visual. Gosto particularmente do destaque à coluna de opinião, com os cronistas bem vísiveis, algo que no Público só se tem acesso pagando e que no DN aparece relativamente escondido. Parece-me, no entanto, que a classificação das notícias em Portugal, Mundo, Dinheiro, Desporto e Boa Vida é extremamente redutora, especialmente deixando de fora áreas como Sociedade (em que a Boa Vida é só uma parte) ou, especialmente importante, a secção de Ciência, algo em que o Público foi pioneiro.
No entanto, há algo de mais fundamental que me causa desconforto. Há uma discrepância muito grande na qualidade dos artigos. Por exemplo, há boas peças, como esta da Ana Sá Lopes e da Ana Suspiro, com bons textos, bem fundamentadas, bem editadas, assim como há boas entrevistas. Em geral, a qualidade dos artigos de política nacional é bastante boa.
Por outro lado, os restantes pecam por falta de qualidade, quer editorial, quer de conteúdo. Em muitos dos casos, há uma sensação de que o jornalista mais não é que um “surfer” da internet, que se limita a traduzir e resumir mal artigos em jornais estrangeiros de referência (BBC, Der Spiegel, El País). Artigos completos e de fundo são transcritos como meras notas, com dois ou três parágrafos, terminando muitas vezes com o link do artigo original, ou um vídeo de uma estação de televisão ou do YouTube (exemplos aqui, aqui, ou aqui).
Há mais: erros de ortografia inconcebíveis na era dos correctores automáticos, como itnervenções, ou frases desconchavadas, mesmo cientificamente erradas como “Provavelmente era mesmo disso que precisava para afogar todos os suores de uma escalada pelas colinas de Lisboa no calor insuportável de Junho, bem denunciador dos estragos da camada de ozono” retirada deste artigo, num tom meio jocoso, mas num artigo que não é para ser cómico. Veja-se esta notícia, de extrema profundidade, com um perfeito enquadramento dos intervenientes (“O dirigente da Agência de Mísseis de Defesa disse” qual agência? EUA? NATO?) e o tradicional erro ortográfico: alcanca.
Recentemente, o artigo que mais me impressionou foi a peça intitulada Casa Índigo: A estranha escola onde os alunos adivinham o futuro. Talvez a minha motivação derive da resistência e confessa intolerância que tenho a tudo quanto seja oculto, místico e new age, mas a análise é meramente à forma e ao conteúdo do artigo. Em primeiro lugar, não há qualquer contextualização crítica ao fenómeno das crianças índigo. Apenas ficam os textbytes dos interessados no assunto: “Estas crianças são o resultado da evolução da espécie.”, ” …entre os vários tipos de índigos, existem os interdimensionais…”, vagos e sem nenhuma corroboração. À parte duma menção a uma polémica com a autorização dada pelo Ministério da Educação à instituição, pouco se refere acerca do que defende este movimento, para informar os leitores que não estão ao corrente, e não é obtida nenhuma contra-opinião para confrontar os factos ali mencionados, o que costuma ser boa prática jornalística. Tal era devido aos leitores, num artigo que faz promoção a uma instituição e a uma doutrina (?) mais que questionável. Mas será que faz promoção? Não sei: nota-se em todo o artigo um tom ligeiramente inquisitivo e até jocoso, pelo menos omisso e pouco rigoroso:
“‹‹Vá lá, concentre-se! É uma luz branca que começa a vir daqui››, insiste Sofia, enquanto aponta, excitada, as pernas do filho. Mas Diogo continua a parecer um miúdo como os outros.;
“O caminho de regresso a casa é feito de olhos franzidos. A tentar descobrir as auras das árvores do caminho. Sem sucesso.”;
“E não existe um diagnóstico mais concreto? ‹‹Sim, existe! Há uma série de testes que fazemos, vemos as suas reacções perante algumas situações, conversamos com eles››, explica Teresa Guerra.”
Uma breve deambulação pela wikipedia dá-nos a conhecer as críticas e o cepticismo que esta crença (pois não há quaisquer provas) enfrenta. Um bom artigo, jornalisticamente rigoroso, mencionaria esta oposição, traria aos leitores o contraditório.
É isto, os americanos é isto. Verão, praia, festas, noitadas, apanha da amora, barquinhos de fósforos. Tanta opção para tanta diversão. E os americanos é isto. Com ponto de exclamação!
Não terá sido terrível e houve algumas coisas que funcionaram, mas não foi um bom governo.
O Simplex foi uma boa medida; a reorganização do sector da saúde começou bem; alguns aspectos da renovação das escolas e do ensino também estiveram, inicialmente, na direcção certa; as medidas paliativas da Segurança Social preveniram o colapso a muito curto prazo; parte da consolidação orçamental foi conseguida.
No entanto, a verdade é que tudo isto foi pouco. Não pela quantidade, mas pela qualidade. Foi pouco aquilo que foi devidamente conseguido, aquilo que verdadeiramente chegou ao fim; não se reformou verdadeiramente. No essencial as reformas da educação, da administração pública e da justiça ficaram por cumprir. Já aqui disse, em várias ocasiões, que não gosto do eng. José Sócrates. Divergências de estilo à parte, julguei que o seu empenho fosse suficiente, mas a verdade é que não o foi.
Sócrates é arrogante. A arrogância tem várias formas e feitios. Ora veja-se José Mourinho: é sabido que há muitos que não gostam da sua atitude, da altivez e da embófia, mas a conferência de imprensa em que enfrentou os ingleses e se auto-intitulou o “Special One” ficará na História e é provavelmente a maior provocação lusa aos britânicos desde o mapa côr-de-rosa e dessa eles riram-se. No entanto, para além dessa arrogância, há uma inteligência que tem tanto de bruta, como de brilhante. Mais, é toda uma atitude que nos motiva e que nos dá garantias. E é essa combinação que faz com que todos nós, gostemos de Mourinho ou não, todos nós o queiramos ter do nosso lado, na nossa equipa. Com Sócrates já não nos sentimos assim, deixamos de ter o rochedo ao nosso lado. É antes… qualquer coisa que não sabemos bem o que é.
Parte desse sentimento deve-se ao facto de que, apesar de o reconhecermos o como um indivíduo combativo e infatigável, esclarecido até certo ponto, sentimos que as causas que Sócrates defende, no fundo, não são aquelas onde ele tem mais interesse investido. Em boa verdade, a sensação que dá é que quando a altura determinante surge, Sócrates pende para o que mais lhe convier. E esse nem sempre é o que mais nos interessa. Reconheço que política é política e há que sobreviver, e reconheço també que o facto alguém mudar de ideias não implica que tenha falta de carácter. Contudo, o que separa o mudar de rumo e o fugir é muitas vezes algo de muito difuso. E não gostamos de estar nessa indefinição. Sócrates é um pragmático, mas só quando os interesses coincidem com os seus. Não digo que queira mal ao país, mas em boa verdade, como tantos outros, o objectivo principal que almeja, não é o bem do país. Pelo menos não é isso que transparece.
Sócrates esteve e está envolvido em diversos casos fora da política pura. Não sei se há ou não campanha negra e até pode estar inocente em todos esses casos. Mas a imagem que fica é de alguém matreiro, manhoso mesmo.
Este governo permitiu que crescessem os pequenos ditadores e as pequenas acções opressivas. Não quero afirmar que tal tenha sido incitado, mas a verdade é que por alguma acção e bastante omissão, nada foi feito para o evitar. Este governo criou muita política e políticas de espectáculo e de cenário. Houve muita coisa feita em cima do joelho, muita coisa que não foi acabada e pior, muita coisa que foi feita sem ser pensada, por reacção. Mais uma vez, a sensação do manhoso, do estarem a brincar connosco.
Mas vejamos as alternativas. O Bloco de Esquerda é sobretudo demagógico, irrealista e oportunista. Veja-se o que fizeram com Sá Fernandes e o que tentaram com Alegre. E para além de serem incompatíveis com qualquer partido passível de governar o país, muitas das medidas que defendem são de facto incompatíveis com qualquer governação. O PCP continua preso a ideias que não acredito serem capazes de nos ajudar, muito menos na situação actual do país e do mundo. Do CDS já sabemos o que podemos esperar de Paulo Portas e a sua dimensão política está cada vez mais reduzida. E do PSD? Manuela Ferreira Leite claramente não tem estofo para a coisa. Emenda cada declaração que faz. Erra em timings e o faro político que parece ter é muito pouco prático. Algumas ideias são boas e tenho especial apreço pelo Paulo Rangel (não tanto pela actividade como líder parlamentar que tenho tido pouca oportunidade de seguir, mas pelas opiniões que expressava no programa Mesa Para Quatro do Rádio Clube). Mas é pena que tenha sido enviado para o Parlamento Europeu. Talvez a única coisa boa que daí venha é conseguir safar-se das facas que vão sendo afiadas para trinchar Ferreira Leite num futuro muito próximo. Estas eleições sem dúvida dar-lhe-ão mais alguma força e espaço de manobra, mas ainda não consegui entender se os resultados são essencialmente uma vitória do PSD ou uma grande derrota do PS. Não creio que sejam transponíveis para as legislativas, mas é verdade que o PSD conseguiu ganhar algum momento e o PS perder parte do ensejo. E os restantes partidos? Será que vão vingar? Parece-me complicado. A julgar pelo que vi para as eleições europeias, têm sido fraquinhos; mas os grandes também.
Uma coisa é certa: para mim o PS não merece, nem pode ter maioria absoluta – daí duvido que advenham coisas boas. Mas então que solução minoritária será possível? Será que algum entendimento vai ser possível? A infantilidade com o provedor de justiça não augura bom futuro. Não penso que um governo minoritário seja uma solução. A conjuntura é má, no entanto o que precisamos não é de um esforço pontual, mas continuado. Uma solução instável não se compadece. E olhando para o espectro político, nenhuma coligação que não envolva o PS parece óbvia. Verdadeiramente democrático e honesto seria o PS reconhecer já uma coligação, apresentar uma proposta conjunta preliminar e levá-la a votos.
Dia de agradecer aos soldados americanos, ingleses, canadianos, polacos, franceses e noruegueses.
, o argumento tinha já vindo a público através dos advogados da Crane, Poole and Schmidt. Não é que condene que se use alguma da retórica de Boston Legal, ainda assim, não deixa de ser só uma série de televisão. Será que é para dar razão a quem defende que Alan Shore é a encarnação do Louçã das Américas no pequeno ecrã?
“parece o Chewbacca com um prego espetado no pé“.
Set up a torrent tracker, get fined, go to jail.
Join a bank, destroy the economy, profit.
Let’s draw out the distinction.
The Pirate Bay guys were criminally prosecuted for….violating (largely obsolete) copyright. Almost no one in finance has been held even civilly liable for vastly more economically damaging actions.
On the one hand, we have damages worth maybe (maybe) a few million. On the other, a few trillion.
On the one hand, innovation and better music is stifled — benefits are foregone. On the other, reform of a broken banking system is stifled — losses are incurred.
That’s everything that’s wrong with the economy in two sentences: the ongoing inability of today’s leaders to deal with 21st century economics.
in EDGE ECONOMY