30 de outubro de 2008

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30 de outubro de 2008

28 de outubro de 2008

Voltam à carga os rankings (aqui e aqui, por exemplo). Faz agora cinco anos e vinte e um dias que escrevi:

Todos os anos é a mesma coisa. Bla bla bla e o ranking das melhores. É ridículo!
Fazer um ranking das melhores escolas não só não é ético, como apenas funciona como uma estratégia de marketing para os colégios privados – marketing do piorio porque é falso.
Classificar o S. João de Brito como a escola que teve a mais elevada classificação média por aluno nos exames nacionais é verdade; classificar a escola S. João de Brito como a melhor escola nacional não é verdade.
Toda a gente minimamente informada sabe como é que estas coisas funcionam: meu menino, não tens boa média… RUA! E se os pais das criaturinhas forem generosos (leia-se €, $, Visa ou MasterCard) e elas continuarem nas escolas, caso sejam de risco, vão fazer exames aos liceus públicos, que apenas têm de os recolher. A minha mãe foi aluna do Sagrado Coração de Maria em Lisboa e as coisas funcionavam assim há 30 e tal anos. Agora é a mesma coisa.
Os rankings só ajudam o lobby do ensino privado. É publicidade de borla. E o estado que pague.

Não mudo nada, só acrescento razões que poderia ter acrescentado há cinco anos e que continuam a fazer dos rankings uma grande injustiça para muitos e bons professores e alunos.
Obviamente que não estão na mesma situação um aluno que tem boleia para a escola todos os dias, tem uma biblioteca e computador em casa, tem pais educados e cultos, tem colegas filhos de pais educados e cultos e tem tempo para estudar, e um aluno que vai a pé para a escola, que tem pais com a quarta classe, que ao fim do dia ainda tem de ir ajudar na mercearia do pai e que vive num bairro problemático onde há traficantes de droga e gangs. Naqueles externatos, academias e colégios tenho as minhas sinceras dúvidas que algum dos alunos tenha passado alguma privação que seja.
Aqueles externatos, academias e colégios também podem escolher os alunos que acolhem, ao contrário das escolas públicas que têm de aceitar todos, mesmo os que não querem lá estar. Excepção feita em algumas zonas urbanas, em que há várias escolas públicas relativamente perto, o que permite criar polarizações, seja pela qualidade dos professores, das instalações, ou pelo tipo de alunos. Aí, geralmente, a escola com maior poder de atracção acaba por poder escolher os alunos e recordo-me de um caso desses, há alguns anos, em Coimbra.
Lembro-me de se falar muitas vezes do número de alunos por turma ser excessivo nas escolas públicas. Cheguei a ter trinta e poucos, é verdade, mas a média andaria pelos vinte e muitos. No entanto, também me recordo de os meus primos me contarem, que nas turmas deles, nos Salesianos do Estoril, trinta e alguns alunos por turma era mais que habitual. Lembro-me também que muitos dos professores que na altura ensinavam nos Salesianos eram professores que também davam aulas nas escolas públicas. Agora a lei já não o permite e facilmente se percebe o porquê; geralmente, se precisassem de faltar, obviamente a falta era dada no horário do serviço público.
Eu não sou contra avaliações, ou mesmo rankings, pelo contrário. Agora estes, os mesmos desde pelo menos há cinco anos, não valem a pena. São mesmo um insulto para alguns professores e escolas.

28 de outubro de 2008

23 de outubro de 2008

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via Reflexões de um cão com pulgas… Ai Público, Público.

23 de outubro de 2008

19 de outubro de 2008

Golpe de génio de Manuela Ferreira Leite era ter deixado sair os rumores quase-oficiais sobre a candidatura de Santana Lopes à CML, para que quando começasse a ganhar fôlego lhe cortasse as vazas por completo. Era preciso era simultaneamente apresentar um candidato fortíssimo.

19 de outubro de 2008

18 de outubro de 2008

What’s wrong with education cannot be fixed with technology. No amount of technology will make a dent.
Steve Jobs à Wired, via De Rerum Natura

18 de outubro de 2008

16 de outubro de 2008

Há dias, o prémio Nobel da Química foi atribuído a três investigadores pela descoberta da proteína verde fluorescente GFP) e do estabelecimento da técnica para a sua utilização como sonda na investigação em biologia celular. O que é a GFP? É uma proteína que tem uma propriedade interessante, brilha com luz verde, quando é estimulada por radiação ultravioleta.
Esta propriedade é muito interessante por vários motivos. Em primeiro lugar, nenhuma proteína de um mamífero brilha assim. Deste modo, se se injectar GFP, ou se se fizer ligar a outra proteína, consegue-se saber onde ela está, inclusivé ao nível subcelular. O mais interessante, evidentemente, não é saber exactamente onde ela está, mas sim, outras proteínas que possamos ter interesse e que as “marcámos” com a GFP. Esta marcação pode ser feita com anticorpos, moléculas que fazem uma ponte entre a GFP e a proteína de interesse.
Mas com a evolução da genética, passou a ser possível colocarmos o gene que a codifica onde quisermos. Assim, podem-se criar proteínas híbridas, isto é, proteínas que já vem com a GFP agarrada a uma ponta, dispensando assim do uso de anticorpos, e, melhor, a GFP é produzida pela própria célula ao mesmo tempo que constrói a proteína a que ela está agarrada. Colocando o gene da GFP perto de um gene que queremos estudar, também permite que saibamos quando é que esse gene está a ser transcrito, ou “lido” pela célula, uma vez que o gene da GFP também vai ser lido e portanto a proteína produzida passando a célula a ficar verde! É assim que se produzem porcos fluorescentes [1]:
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Hoje em dia já há várias proteínas de diferentes cores e aqui fica um filme de células que expressam proteínas verdes e vermelhas, de forma cíclica (ligado ao ciclo celular). De notar que o amarelo surge quando as duas proteínas coexistem na célula [2].

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Mas na vida há azares e esta história, em parte, é dum azar monumental. Ora acontece que a pessoa que isolou o gene da proteína não está entre os três vencedores do prémio Nobel. Não só não está entre os premiados, como nem sequer é cientista; e não pelas melhores das razões. Ora, nos anos noventa Douglas Prasher isolou o gene e forneceu-o a quem lho pediu. Pelo menos duas dessas pessoas estão entre os galardoados. Prasher não recebeu financiamento para os seus trabalhos e acabou por abandonar esta linha de investigação. Mais tarde quando trabalhava para uma empresa subcontratada da NASA, cortaram-lhe novamente o financiamento – a NASA cancelou o projecto – e foi despedido. Hoje, azar dos azares (ou será outra coisa?), sem poupanças, é motorista dum shuttle para clientes de um stand de automóveis, em Huntsville, Alabama.
A história tem criado comoção e discussão na comunidade científica, uns indignados pelo comité Nobel não ter incluído Prasher entre os nomeados (ao que parece, o número máximo de vencedores é três), outros desiludidos pelo desperdício de talento e, talvez mais importante, a interrogação sobre se um dos valores fundamentais da ciência – o altruísmo em relação ao conhecimento – é posto em perigo: Prasher deu e acabou por ficar sem nada.
Referências e mais informação
[1] – Glowing with pride
[2] – Sakaue-Sawano, A. et al.; Visualizing Spatiotemporal Dynamics of Multicellular Cell-Cycle Progression
[3] – Glowing Gene’s Discoverer Left Out Of Nobel Prize
[4] – Wikipedia

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ACTUALIZAÇÃO: a ler, no NYT.

16 de outubro de 2008

15 de outubro de 2008

Dizem que Sócrates se inspirou em Obama para o comício de Guimarães. Mas Obama levou de Sócrates a repetição maquinal e com a mesma entoação das frases-chave. Têm é um tom bem menos metálico.

15 de outubro de 2008

15 de outubro de 2008

Eh pá, parem! Já chega! Mas o que é que andam a fazer aí desse lado?
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Já nem faço considerações filosofo-sociológicas sobre o jornalismo.

15 de outubro de 2008

14 de outubro de 2008

não se encontra, mas ao contrário das últimas vezes, desta feita registei para a posteridade:
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Sinceramente, não há palavras. Já é mau que muito do jornalismo seja copiar os press-releases das agências notíciosas (sei lá, que tal combinar vários, pesquisar factos adicionais), mas escusa-se de saber que é mera tradução. E pior, quando o trabalho é mal feito! Já é a terceira vez que vejo disto no Público.
Será que um dia destes as redacções vão passar a contratar tradutores, ao invés de jornalistas? E se o Google Translator funcionar decentemente, em Portugal bastarão aos jornais portugueses computadores?

14 de outubro de 2008

13 de outubro de 2008

E depois de ganhos espectaculares nos mercados financeiros, dir-se-ia que a crise passou. Será? Euforia? Quer dizer que as bolsas estão totalmente desligadas da economia real? Anúncios de que os bens estão seguros são o suficiente? Quer isto dizer que depois dum mercado financeiro inflacionado e depois da sustentação dos governos centrais, implica que esperemos que economia atinja os objectivos já estabelecidos?
Não percebo nada disto

13 de outubro de 2008

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