25 de setembro de 2010

25 de setembro de 2010

7 de setembro de 2010

Em 1936, nos jogos Olímpicos de Berlim, Jesse Owens ganhou quatro medalhas de ouro no atletismo, tendo triunfado na mediática prova dos 100m. A sua vitória estragou os planos nazis de fazer o pleno das vitórias arianas, muito embora os alemães tenho ganho mais medalhas que qualquer outro país, sendo que os Jogos foram considerados um sucesso pelo regime. Hitler não terá cumprimentado Owens, mas mais tarde o atleta afirmou que quando passou em frente ao Führer, este ter-se-à levantado e acenado, tendo Owens respondido de igual forma. Hitler terá deixado de cumprimentar quaisquer atletas a seguir ao primeiro dia, quando tinha saudado apenas os atletas alemães; o comité olímpico terá pedido a Hitler para cumprimentar todos ou nenhum, sendo que Hitler escolheu a segunda hipótese. Quando Owens ganhou, Hitler nem se encontrava no estádio.

Owens, foi o primeiro atleta negro a receber um patrocínio, quando Adolf Dassler, fundador da Adidas, o convenceu a usar sapatilhas da sua marca. No salto em comprimento, o alemão Luz Long, que acabou por ficar em segundo lugar a seguir a Owens, sugeriu-lhe, quando Owens já tinha invalidado dois saltos da classificação, fizesse uma marca na pista uns centímetros antes da marca, para não arriscar demais. Na final, quando Owesn ganhou, o primeiro a cumprimentá-lo foi Long. Owens terá continuado a corresponder-se com a família de Long após a morte deste, na Segunda Guerra Mundial.  Também na Berlim nazi, certo é que menos opressiva para a recepção da olimpíada, Owens pôde usar os transportes públicos livremente e entrar em bares e noutros lugares públicos sem problemas. Como é visível no video acima, a sua vitória foi efusivamente celebrada e nas ruas pediam-lhe tantos autógrafos que Owens se queixou da fama. Ao regressar aos Estados Unidos, houve uma parada na Quinta Avenida em Nova Iorque em sua honra, mas na subsequente recepção no hotel Waldorf-Astoria, Owens teve de tomar o elevador de serviço. Continuou a ter de andar na parte de trás do autocarro e nem Roosevelt, nem Truman o convidaram à Casa Branca. Sem patrocínios ou outros contratos phelpianos, Owens terá ganho algum dinheiro a correr contra cães e cavalos.

“Hitler não me desprezou – foi Roosevelt quem o fez. O presidente nem um telegrama me enviou”.

7 de setembro de 2010

3 de setembro de 2010


João Baptista dos Santos nasceu em Faro, no ano de 1843. Eu nunca tinha ouvido falar dele. Não é que haja falta de anormais na nossa praça pública, pelo que é concebível que um ou outro escape, no entanto, a este senhor não faltaria fama por entre os mais jovens, caso dele tivessem tido conhecimento no ano certo da escolaridade obrigatória. É que João Baptista dos Santos possuía, entre as duas normais, uma terceira perna. Uma aberração, ou mera curiosidade, consoante as opiniões, a verdade é que o homem nasceu com mais um membro (que na realidade eram duas pernas atrofiadas fundidas). A perna não era funcional, embora pudesse ser manipulada e, muito embora nunca tenha sido operado, Baptista dos Santos era capaz de andar a cavalo, amarrando a sua terceira perna a uma das coxas. Ainda assim, por curioso que este fenómeno fosse, o que suscitava mais interesse era o facto de João Baptista dos Santos sofrer da raríssima diphallia. E, ao contrário da sua terceira perna, o segundo pénis era perfeitamente funcional. Segundo o fotógrafo Charles DeForest Fredricks, que registou a única fotografia conhecida de João Baptista, “basta a visão de uma mulher para excitar as suas propensas amorosas. Ele funciona com ambos os pénis, acabando com um e continuando com o outro.” Tendo sido oferecido um generoso contrato para se exibir em circos franceses, João Baptista dos Santos recusou a oferta, preferindo mostrar-se apenas em círculos médico-científicos.
Mas como uma curiosidade se torna ainda mais interessante quando outra curiosidade se associa a ela, cá vai a segunda parte desta diplopia. Embora não haja provas, reza a história que João Baptista dos Santos terá tido um affair, em Paris, com a cortesã Blanche Dumas. Dumas não só tinha também uma terceira perna, como sofria de duplicação vaginal, que, à semelhança do seu contraposto luso, eram perfeitamente funcionais.

3 de setembro de 2010

14 de julho de 2010


*É sabido que qualquer terrinha americana tem a melhor loja de gelados do mundo e, na Nova Inglaterra, os melhores lobster rolls do universo. Aqui também eu faço uso da hipérbole para dar ao Guincho um título que não precisa. E para os que não gostam dos desportos anemoaquáticos, o melhor do Guincho é a raridade com que proporciona o acolhimento a que todos se julgam devidos.
Um bom verão a todos. via

14 de julho de 2010

19 de abril de 2010

Tenho andado um pouco distante destas paragens, por variadas e diversas razões. Por trabalho (publiquei o meu segundo artigo, embora tenha sido fruto de trabalho já passado), por algumas viagens e ausências e ainda por estar envolvido nuns e noutros projectos. Por agora fico-me por aqui, para dizer que não está devoluta esta casa, e também para dizer que tenho usado mini-blog, companheiro deste para a vida mais agitada em scheeko.tumblr.com.

19 de abril de 2010

6 de abril de 2010

A militância pela militância, embora por vezes poderosa, tem pouco de interessante. O vazio do ateísmo é tão vazio como o vazio religioso, sendo que o vazio do ateísmo é solitário, enquanto que o religioso é acompanhado.

Haverá, certamente, muitos tipos de ateísmos e o meu provém indubitavelmente da evolução do pensamento humano sobretudo devido ao avanço da ciência. E sendo racional, tem pouco a ver com o pragmatismo e hiperrealismo que muitos lhes querem atribuir.

O ateísmo é apenas uma face de uma atitude que se quer muito diferente de um mero prospecto em branco. A palavra fundamental para descrever o ateísmo que defendo é evolução. A mesma de Darwin, que se manifesta no mundo natural, entre as espécies, mas que também opera a nível de consciências, sejam elas individuais e colectivas, e a nível de dinâmicas comportamentais que emergem de sistemas complexos. A espécie humana, a certa altura, parece-me, precisou de lidar com as capacidades que o seu desenvolvido cérebro lhe oferecia. Parte dessas capacidades exigiam a obtenção de explicações para o mundo que a rodeava e o mecanismo evolutivo que permitiu colmatar as falhas de processamento mental foi o da criação de uma solução satisfatória e transitória chamada Deus. Como o período de transição é grande — é preciso que ocorra o desenvolvimento de instrumentos capazes de auxiliar na procura de outra solução — há espaço para que desabrochem comportamentos e atitudes derivadas.

O ateísmo que defendo é, portanto, fruto de uma evolução dos tais instrumentos, que embora não dêem respostas definitivas, vão no seguimento de uma estrutura formal de desenvolvimento de conhecimento e permitem a formação de conjecturas, ou talvez apenas educated guesses.

O ateísmo como evolução, é-o na forma imaterial, isto é, não é fruto das pressões evolutivas ambientais por si só — o cérebro humano terá evoluído muito pouco ou nada nos últimos milénios, — mas fruto da evolução da estrutura de pensamento humano, dos desenvolvimentos colectivos no domínio do conhecimento objectivo e na auto-educação da consciência.

O ateísmo que defendo não pretende a erradicação do conhecimento humano empírico. Nem todo o conhecimento é científico e os milénios de religião têm-nos ensinado sobre a nossa própria natureza, as nossas necessidades. A evolução será feita com a selecção das aprendizagens aí obtidas.

O ateísmo reconhece a necessidade que o espírito tem do metafísico e do espiritual. Isso não implica a presença do sobrenatural, mas implica a necessidade da existência da dúvida, da dúvida subjectiva, pessoal e contemplativa.

O ateísmo reconhece a necessidade lógica e racional do funcionamento do mundo, embora nisso esteja previsto a emergência de padrões de complexidade que permitem a consciência, um elemento, por agora, metafísico, que lida com as particularidades da essência humana, ou a níveis mais básicos, dos animais.

O ateísmo reconhece a inexistência de um Bem ou de um Mal universal, mas apenas de convenções humanas, em que, por exemplo, o Bem humano é convencionado como o conjunto de acções que promovem a vivência feliz e segura da maioria dos elementos duma comunidade. A prevalência de uma ligeira tendência para a bondade da sociedade emerge da dinâmica complexa da coexistência dos indivíduos, em que as sociedades globalmente boas tendem a ser mais estáveis e eficientes do que as más. Penso que isto não está provado cientificamente, trata-se apenas de uma teoria minha; faço ainda notar que existem e existiram sociedades globalmente más (nazis, estalinismo, o Iraque de Saddam etc.), temporariamente estáveis, mas cuja estabilidade foi de curta duração, quando comparada com as sociedades globalmente boas, maioritárias no mundo actual. Aí se operou selecção natural e evolução.

O ateísmo reconhece a existência do desconhecimento humano, tal como a religião, mas não reconhece a existência de um conhecimento supranatural. Isso implica a presença da tangibilidade do desconhecido, não pela sua inacessibilidade supranatural, mas precisamente por ser natural e se encontrar, nas escalas do universo, a um degrau acima, ou degrau abaixo. No entanto esse desconhecido pode e deve ser sempre formalizável como objecto de estudo, ainda que meramente potencial, já que não existem, ainda, os instrumentos necessários para o colocar como problema em toda a sua integridade.

O ateísmo concede mais direitos e deveres ao homem, sendo que ambos coincidem no conceito de responsabilização. Ao homem é-lhe retirado o comando divino, sendo que lhe cabe a ele mesmo o destino.

O ateísmo é a promoção da dúvida existencial quantificável, procurando respostas que obedecem aos mesmos critérios da ciência e aguardando serenamente quando essas respostas não são possíveis numa dada altura do tempo.

O ateísmo implica o reconhecimento da materialidade e insignificância humana, rejeitando o antropocentrismo das religiões, mas celebrando as capacidades que possuímos. Não implica um desespero pela inexistência de propósito sobrenatural capaz de responder à questão da existência humana, mas sim a responsabilização de cada um, individual e colectivamente, na construção de mecanismos capazes de nos tornar aptos a lidar com os cérebros que temos, que abominam a ausência de causalidade.

O ateísmo em si não é nem pode ser o princípio de nada, nem o fim a alcançar. O ateísmo é apenas um passo na evolução humana, nomeadamente no raciocínio e na consciencialização das nossas capacidades e da nossa posição no universo. Como evolução é e será sempre, resultado do que existe para trás e nunca poderá ignorar isso.

É este o ateísmo que quero*

*exceptuando se me tiver esquecido de alguma coisa

6 de abril de 2010

2 de março de 2010

As a very important source of strength and security, cherish public credit. One method of preserving it is, to use it as sparingly as possible; avoiding occasions of expense by cultivating peace, but remembering also that timely disbursements to prepare for danger frequently prevent much greater disbursements to repel it; avoiding likewise the accumulation of debt, not only by shunning occasions of expense, but by vigorous exertions in time of peace to discharge the debts, which unavoidable wars may have occasioned, not ungenerously throwing upon posterity the burthen, which we ourselves ought to bear. The execution of these maxims belongs to your representatives, but it is necessary that public opinion should cooperate.
Washington, The Farewell Address

John Adams | Opening Titles

Quando alguém conhecido vem cá a Boston, o trabalho de casa que lhes dou é a mini-série John Adams. Pelo menos o primeiro episódio. Não é Tocqueville, mas é HBO.

John Adams foi um dos founding fathers, do reviralho. Advogado bostoniano, membro da primeira delegação do Massachusetts ao Congresso Continental, primo de Samuel Adams, foi quem defendeu os soldados britânicos envolvidos no Massacre de Boston, o que lhe granjeou fama de justo e imparcial. Depressa se aliou aos seus conterrâneos revolucionários quando entendeu que os britânicos não lhes concediam as mesmas leis e o mesmo respeito a que tinham direito os cidadãos da metrópole. Não vou contar muitos detalhes, façam o trabalho de casa; a mini-série é soberba. Adams viria a ser o primeiro vice-Presidente dos E.U.A., segundo Presidente, sucedendo a Washington, pai de John Quincy Adams, Ministro Plenipotenciário ao reino de Portugal com vinte e oito anos e mais tarde sexto Presidente dos Estados Unidos.

Boston fica mais vimaranense, o seu ar inspirador e também eu quero ser um revolucionário. Ainda assim, o mais formidável daquela luta é a colecção de homens que se juntou para fundar esta(aquela) nação. A coincidência temporal de pessoas como Washington, Adams, Franklin, Jefferson, Lafayette é de uma inveja histórica aterradora. Tomara poder viver algo semelhante. Tomara poder assistir a tamanha dedicação à causa pública, tanto espírito inovador, tanto brio e sentido de Estado.

Porreiro, pá.

2 de março de 2010

3 de fevereiro de 2010


Escherichia coli vista ao microsópio electrónico.
Rocky Mountain Laboratories, NIAID, NIH

Por ventura, a esta hora, poucos dos que por aqui param estarão a pensar em bactérias, micróbios ou outros seres unicelulares. Ainda assim, aqui vai. De que somos nós feitos? A pergunta é suficientemente vaga para poder merecer muitas e variadas respostas. De átomos e moléculas a setenta por cento de água, de músculos e ossos a outros tipos de tecidos.

Peguemos na ponta do véu pela unidade básica arbitrária que é a célula. Cada um de nós é constituído por qualquer coisa como 100.000.000.000.000 células (mais zero, menos zero). Há-as dos mais variados tipos e feitios. Na escola aprendemos que as células são basicamente uns sacos, umas cápsulas mais ou menos rígidas, que trazem dentro de si pequenas estruturas: as eucarióticas têm núcleo, vesículas, mitocôndrias etc. Toda uma aparelhagem que faz funcionar aquelas pequenas fábricas. Mas como imaginar o que lá está dentro? Os microscópios revelam essas estruturas, relativamente grandes ao nível molecular. Mais além a resolução começa a falhar e torna-se difícil descrever os detalhes mais pequenos, que se aproximam do tamanho de átomos individuais. É possível utilizar técnicas como a difracção de raios-X para conhecer a estrutura, átomo a átomo, das proteínas e outras moléculas que habitam nas células, mas não de uma forma dinâmica e geralmente é preciso destruir as células para se obter as tais moléculas que se quer observar. Isso destrói a visão geral da célula.

Voltemos então à pergunta: como está tudo organizado lá dentro? O núcleo, o ADN, as vesículas — todas estas estruturas interiores das células estão mergulhadas num líquido contido pela membrana da célula, mas a visão não é a de um balão, cheio de água, com algumas coisas lá dentro.

Desenho de uma E. Coli
David Goodsell | Biochem. Mol. Biol. Educ. (2009) vol. 37 (6)

A figura acima é um desenho de uma bactéria, a Escherichia coli, as mesmas fotografadas no início deste post, correspondendo a uma ampliação de 70.000x (os microscópios ópticos tradicionais não vão muito além de 1000x). Todos nós temos milhões de E. coli a viver simbioticamente nos nossos intestinos. As bactérias não são seres eucarióticos, pelo que não têm estruturas internas compartimentadas, como o núcleo; o ADN, neste caso, em vez de estar altamente enrolado e organizado em cromossomas como no caso dos humanos, está disposto numa espécie de novelo (a amarelo). Mas longe de estar simplesmente mergulhado num líquido, como poderão observar no desenho acima ou no detalhe, em baixo, o interior da célula é densamente povoado — claustrofobicamente cheio de coisas. E que coisas são essas?

Pormenor da membrana, com âncora de um flagelo, da cromatina e do citoplasma da bactéria
David Goodsell | Biochem. Mol. Biol. Educ. (2009) vol. 37 (6)

Aqui representa-se sobretudo o ADN e proteínas associadas (em amarelo e laranja), a verde, os lípidos da membrana e proteínas associadas e a azul e lilás, as principais moléculas do citoplasma: enzimas, proteínas responsáveis pela replicação e interpretação do ADN com vista a criar outras proteínas e o RNA, espécie de papel químico do ADN. Esta visão é reconstituída através dos conhecimentos actuais da bioquímica e biologia celular e claro, contém nela muitas assunções. De fora ficam moléculas mais pequenas, tais como os nutrientes ou detritos produzidos pela célula: os açúcares, o óxigénio, o dióxido de carbono etc. É este excesso de população que provavelmente mantém o novelo de ADN junto, apertando-o.

Por fim, aqui fica um vídeo, onde são simuladas as interacções de moléculas do citoplasma para ajudar a construir a imagem do que se passa na vida agitada e apertada do interior de uma célula:

Modelo computacional do citoplasma duma E.coli
Adrian Elcock et. al

A agitação é devido ao ruído térmico: qualquer partícula, a temperaturas acima do zero absoluto, possui energia térmica, sendo que a sua manifestação é através de vibrações, causando este efeito visualmente semelhante à estática nas televisões. Nós também as temos, mas as vibrações são pequenas demais para que causem algum efeito visível à nossa escala. Se reparem bem, as proteínas mais pequenas mexem-se mesmo. Uma referência final: Life in a crowded world.

3 de fevereiro de 2010

27 de janeiro de 2010

iPad
Embora ainda não seja desta que há o grande avanço no reconhecimento de escrita e sua integração com o sistema operativo.

27 de janeiro de 2010

27 de janeiro de 2010

A inflexão na sonoridade dalguns dos «a», com a abertura do som, depois de uma fracção de tempo ínfima quase fechado. Os «e» circunflexos que enchem a boca. O alongar dalgumas das sílabas. Pouco interessa tentar descrever os pormenores, basta ouvir. Gosto especialmente do sotaque do Porto em canções.

Não é bem só do Porto, é daquelas redondezas. Não sei especificar bem, mas começará ali pelos lados de Aveiro, parando antes de chegar ao Minho; para o interior, não deve ir muito além de Amarante.

Talvez não passe de uma colecção de boas memórias. Talvez não sejam mais que boas recordações deixadas pelas músicas, ou marcas que o Porto cravou. Aquela cidade escura radia algo que não sei bem o que é, mas que me atrai e me faz pensar no futuro. Num futuro, sempre risonho. O falar daquelas redondezas leva-me até lá. É, certamente, datada, mas aqui fica uma lista de alguns dos meus intérpretes favoritos com o tal sotaque.


Começo com os incontornáveis, — para os da minha geração, — Ornatos Violeta. Manuel Cruz não engana ninguém: é todo Porto em cada sílaba.

Dia Mau | O Monstro Precisa de Amigos

Para horror de muitos teenagers atormentados e não só, o grupo desmembrar-se-ía em 2002, mas não acabou tudo aí. Manuel Cruz transferiu a sua voz para os Pluto, tendo entretanto já passado para o  Foge Bandido Foge:

Só mais um começo | Bom Dia

e o baixista Nuno Prata deu casa própria ao seu portoguês:

Nada é tão mau | Nuno e Nico

Há-os já com currículo. O porto de Sérgio Godinho é voluptuoso quando fala de Lisboa:

Lisboa Que Amanhece | O Irmão do Meio

O Rui Veloso, com cuja canção duplamente homónima partilho o nome, tem um lado lunar que não é o melhor que já fez, mas de que gosto muito:

Lado Lunar | Lado Lunar

E o Pedro Abrunhosa:

Se Eu Fosse Um Dia o Teu Olhar | Tempo

Há outro Rui, o Reininho, de cuja voz não sou particularmente grande apreciador. Ainda assim, pelo relevo que tem, não o poderia deixar de fora, pelo que o incluo aqui num dueto com a também portista Mónica Ferraz, numa música dos Mesa:

Luz Vaga | Mesa

E agora, sempre suave, a vila condense, Manuela Azevedo e o seu Clã:

O sopro do coração | Lustro

Voltemos a mais novos. Jorge Cruz, da fronteira sul desta região demarcada, cuja Dona Ligeirinha talvez seja mais famosa que a Adriana. Ainda assim, gostei muito de:

Nada | Poeira

O funk dos Outbreak acabou e agora, sei, pelo menos há miguelation. Mas a Maia da Marta Girão ficou por aqui:

Insiste em Resistir | Minuto Funk

Os dois mil e oito, também da Maia, ainda em versão sem ser de estúdio:

Acordes com Arroz | 2008

Por fim, o Paulo Praça, ex-Grace, a solo, num dos discos que mais gostei nos últimos tempos:

(Diz) A Verdade | Disco de Cabeceira

Venham mais.

publicado originalmente no É tudo gente morta.

27 de janeiro de 2010

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