22 de março de 2004

O texto que coloquei ontem foi para servir de base a esta pequena reflexão: estamos na mesma e as coisas devem piorar.
Volto a afirmar que não costumo ser ave agoirenta e, na maioria dos casos, optimista. Mas há qualquer coisa que não bate certo; há dois anos que os funcionários públicos não recebem ordenados, porém os preço sobem e muito. As agências de viagens estão cheias, mas todos se queixam da quebra de poder de compra. Os comerciantes dizem que não vendem, mas os centro comerciais florescem.
Sinceramente acho que algo de muito estranho se passa. Tão estranho que há dois anos que o Governo não dá aumentos e quem protesta? Quase ninguém. Das duas uma: ou todos metem dinheiro ao bolso por outro lado, ou alguns fazem-no enquanto outros fazem papel de tansos.
O país é de bananas, mas o pior está para vir. A monumental chapada vai ocorrer quando entrarem para a União Europeia os países de leste. E o pior não é a perda de fundos comunitários. O problema são os povos. Esta é uma manifestação xenófoba: os portugueses são umas bestas (há excepções…). Há anos que fazemos de orgulhosos pedintes e conscientes investidores, mas agora que chegou ao fim esse tempo, vemos que pouco ficou. Realmente temos muitas auto-estradas, mas para transportar o quê? As roupas da Clark´s? Os componentes para a Bombardier? Não são as empresas que saiem que têm a culpa (ok, têm alguma – sobretudo têm ganância), somos nós que não sabemos ficar com elas; não que nos falte o proteccionismo. O que falta é saber aprender a reter os processos, as ideias, os laços. Que tal utilizar a experiência adquirida para ajudar a melhorar os equipamentos. E que tal produzir os equipamentos para serem usados nas tais fábricas vão elas para onde forem?
Não se sabe investir. Nunca se soube. Somos um país de serviços, de serviços aos outros. Agora vêm mais dez países, com mais mão-de-obra qualificada, com mais mão-de-obra mais barata, com mais vontade de trabalhar, com disponibilidade para se movimentarem. Agora vamos ter de pagar pela completa e total falta de visão daqueles que nos gerem.

22 de março de 2004

Um pensamento em “a monumental chapada 2

  1. João Paulo Silva says:

    Falta de visão de alguns e falta de condições de outros! 😉

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