Primeiro que tudo, post interessante!
Concordo genericamente com tudo o que dizes, mas só fazer algumas considerações:
Primeiro a estratégia em relação ao Safari é mais do que mero sistema de “desenvolvimento” para o iPhone. Tal como o iTunes é maneira de eles conquistarem terreno para o Macintosh que é o principal fonte de rendimento deles, apesar de tudo. É forma de familiarizar as pessoas com o que é Apple e ser depois fácil mudar…
Segundo, o iPhone até pode vir a ser um sucesso, mas acho que ninguém deve esperar mais um fenómeno tipo iPod… Acho isso um erro de muitos analistas, o mercado das telecomunicações é muito mais feroz do que o mercado vazio do mp3 há uns anos atrás. Como tu próprio disseste o iPhone não traz nenhum conceito realmente novo; agrega pois imensos conceitos já conhecidos.
Terceiro, muitos programadores queriam saber qual era o SDK para o iPhone para saberem se podiam fazer aplicações da mesma forma que a Nokia faz aplicações com SDK (não oneroso) para os seus S60. Pessoalmente parecer-me-ia melhor opção que o AJAX/Web 2.0/etc que se vende por aí. É que quem trabalha com isso todos os dias (como eu) sabe a manta de retalhos que isso é… Chamar-lhe standard (ao AJAX) é ser MUITO generoso… Tem mais problemas que qualidades, e nesse aspecto o Safari ainda é pior que os outros… Essa coisa das aplicações remotas é meio estranha, era coisa dos anos 70/80 com os mainframes. Preferiria algo mais na onda da computação distribuída pura.
Bom, acho que já me estiquei.
Abraço!
Tal como o iTunes é maneira de eles conquistarem terreno para o Macintosh (…)
Não digo que não seja o objectivo a longo prazo, mas acho que definitivamente não é o primeiro! Penso que o que levou à adopção do iTunes no Windows, antes de se saber se era bom ou não para gerir música, foi o facto de quem tinha um iPod estava “preso” ao iTunes. (…) acho que ninguém deve esperar mais um fenómeno tipo iPod…
Talvez não. Só imaginar o que é combater a Nokia. Mas o iPod também começou devagar. Acho aqui só acontecerá se for verdadeiramente inovadora a maneira como se interage com o telefone e os conteúdos multimedia. No entanto haverá limitações importantíssimas como a largura de banda e a bateria, mesmo que o interface seja bom e mais conteúdos apareçam. E há também o factor da copiabilidade: se for bom, depois do iPod, já há quem esteja atento (e bem mais preparado) para copiar.
Por fim, não conheço em pormenor os problemas do AJAX e afins. A verdade é que a net está cada vez mais uma ferramenta com que se pode trabalhar, por oposição a meramente mostrar e registar. E quanto às aplicações remotas, não digo que sejam como essas dos anos 80, claro. Mas é melhor não entrar muito por detalhes para não me espalhar! 😀
Primeiro que tudo, post interessante!
Concordo genericamente com tudo o que dizes, mas só fazer algumas considerações:
Primeiro a estratégia em relação ao Safari é mais do que mero sistema de “desenvolvimento” para o iPhone. Tal como o iTunes é maneira de eles conquistarem terreno para o Macintosh que é o principal fonte de rendimento deles, apesar de tudo. É forma de familiarizar as pessoas com o que é Apple e ser depois fácil mudar…
Segundo, o iPhone até pode vir a ser um sucesso, mas acho que ninguém deve esperar mais um fenómeno tipo iPod… Acho isso um erro de muitos analistas, o mercado das telecomunicações é muito mais feroz do que o mercado vazio do mp3 há uns anos atrás. Como tu próprio disseste o iPhone não traz nenhum conceito realmente novo; agrega pois imensos conceitos já conhecidos.
Terceiro, muitos programadores queriam saber qual era o SDK para o iPhone para saberem se podiam fazer aplicações da mesma forma que a Nokia faz aplicações com SDK (não oneroso) para os seus S60. Pessoalmente parecer-me-ia melhor opção que o AJAX/Web 2.0/etc que se vende por aí. É que quem trabalha com isso todos os dias (como eu) sabe a manta de retalhos que isso é… Chamar-lhe standard (ao AJAX) é ser MUITO generoso… Tem mais problemas que qualidades, e nesse aspecto o Safari ainda é pior que os outros… Essa coisa das aplicações remotas é meio estranha, era coisa dos anos 70/80 com os mainframes. Preferiria algo mais na onda da computação distribuída pura.
Bom, acho que já me estiquei.
Abraço!
Tal como o iTunes é maneira de eles conquistarem terreno para o Macintosh (…)
Não digo que não seja o objectivo a longo prazo, mas acho que definitivamente não é o primeiro! Penso que o que levou à adopção do iTunes no Windows, antes de se saber se era bom ou não para gerir música, foi o facto de quem tinha um iPod estava “preso” ao iTunes.
(…) acho que ninguém deve esperar mais um fenómeno tipo iPod…
Talvez não. Só imaginar o que é combater a Nokia. Mas o iPod também começou devagar. Acho aqui só acontecerá se for verdadeiramente inovadora a maneira como se interage com o telefone e os conteúdos multimedia. No entanto haverá limitações importantíssimas como a largura de banda e a bateria, mesmo que o interface seja bom e mais conteúdos apareçam. E há também o factor da copiabilidade: se for bom, depois do iPod, já há quem esteja atento (e bem mais preparado) para copiar.
Por fim, não conheço em pormenor os problemas do AJAX e afins. A verdade é que a net está cada vez mais uma ferramenta com que se pode trabalhar, por oposição a meramente mostrar e registar. E quanto às aplicações remotas, não digo que sejam como essas dos anos 80, claro. Mas é melhor não entrar muito por detalhes para não me espalhar! 😀